TCU anunciou nesta semana a ferramenta ClimateScanner, que consolidará informações sobre atuação dos países em relação ao aquecimento global e mapeará investimentos na área. O presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, afirmou nesta quinta-feira (10) que o Brasil menosprezou a agenda ambiental nos últimos anos.
A declaração foi dada durante o XXIV Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle (Incosai), que acontece nesta semana no Rio de Janeiro (RJ).
No congresso, o TCU anunciou o início do desenvolvimento da ferramenta ClimateScanner, que consolidará informações sobre a atuação dos diversos países em relação ao aquecimento global e mapeará os investimentos governamentais relacionados ao meio ambiente e ao clima.
“O Brasil fez algo muito ruim nos últimos anos. Ele não apenas se distanciou da agenda ambiental, como se ela não fosse uma agenda importante, como fez um discurso de menosprezo da agenda ambiental. Isso talvez seja ainda mais grave”, disse Dantas.
Com a plataforma, a intenção do TCU, segundo Dantas, é “projetar para o mundo a nossa técnica e a nossa preocupação com a sustentabilidade, com essa agenda, e nosso compromisso com o combate às mudanças climáticas”.
De acordo com o ministro, 35 países da América latina e do Caribe já aderiram à plataforma.
O cronograma prevê o desenvolvimento e testes da ferramenta no ano que vem. A execução e a divulgação de resultados ficariam para 2024, mas há a intenção do TCU em antecipar esse calendário.
ClimateScanner
O objetivo do ClimateScanner é uniformizar e consolidar em um único lugar as informações de diversos países acerca de suas políticas públicas de combate à crise climática. Assim, os dados sobre queimadas e derretimento de geleiras, por exemplo, poderão ser comparados.
O sistema terá uma interface, de acordo com o TCU, vai permitir ver o estágio de execução das políticas públicas em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os dados poderão ser acessados por instituições, governos, imprensa e demais interessados.
A ferramenta terá como base o monitoramento de três grandes eixos voltados para o combate à crise climática: governança, políticas públicas e orçamento. Os critérios e indicadores ainda serão definidos por um comitê específico integrado por representantes dos países.
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