Boris Johnson pode voltar? Veja quem são os nomes cotados para substituir Liz Truss na liderança do Reino Unido | Mundo

Liz Truss disse nesta quinta-feira (20) que estava renunciando ao cargo de primeira-ministra britânica apenas seis semanas depois de ser nomeada.

Uma nova eleição pela liderança será conduzida nas próximas semanas para substituir Truss, que é a primeira-ministra que ficou menos tempo na função na história britânica.

No Reino Unido, o líder do Partido Conservador, que tem a maioria no Parlamento, assume também o cargo de primeiro-ministro.

Dada a divisão interna entre os conservadores, não há um candidato óbvio e qualquer substituição enfrentaria um país que beira a recessão. Os principais nomes cotados para a disputa estão abaixo:

Ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, durante campanha anterior para primeiro-ministro do Reino Unido em julho de 2022 — Foto: REUTERS/Henry Nicholls

O ex-ministro das Finanças britânico foi o candidato mais popular entre os parlamentares conservadores em Westminster em uma disputa de liderança no início deste ano, mas, na última etapa, ele perdeu para Truss em uma votação envolvendo cerca de 170.000 membros do partido.

Durante a campanha, Sunak avisou que os mercados poderiam perder a confiança na Grã-Bretanha se Truss seguisse com seu projeto de cortes de impostos não financiados.

Muitos membros ficaram irritados quando Sunak se demitiu em julho do cargo de ministro, ajudando a desencadear uma rebelião que acabou derrubando o ex-primeiro-ministro Boris Johnson.

A empresa de apostas Betfair coloca Sunak como o favorito para substituir Truss, mas os deputados que permanecem leais a Johnson provavelmente se oporiam a esse movimento.

Sunak está “certo de concorrer” a liderança, de acordo com o jornal britânico “Telegraph”.

A ministra de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, durante campanha anterior para cargo de primeira-ministra do Reino Unido — Foto: REUTERS/Henry Nicholls

Ex-secretária de Defesa, Mordaunt era um apaixonado defensor da saída da União Europeia, que ficou em terceiro lugar na última disputa.

Mordaunt ganhou elogios por sua atuação no parlamento na segunda-feira (17), quando defendeu o governo, mesmo que revertesse a maioria de suas políticas.

Um parlamentar descreveu Mordaunt como tendo “amplo apelo”, referindo-se à sua capacidade de encontrar amigos nas várias tribos do partido.

Acredita-se que Mordaunt esteja concorrendo para se tornar o próximo primeiro-ministro, informou a rede britânica Sky News.

'Hasta la vista, baby': Boris Johnson se despede do Parlamento britânico

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Espera-se que o ex-primeiro-ministro Johnson esteja na disputa pela liderança do Partido Conservador, informou o editor de política do “Times”.

Boris Johson foi o líder anterior a Liz Truss. Ele renunciou ao cargo após uma série de escândalos, entre eles festas com aglomeração quando isso era proibido por conta de restrições da Covid-19.

Johnson está na política britânica desde que se tornou prefeito de Londres em 2008. Depois de causar problemas para líderes como David Cameron e Theresa May, ele finalmente se tornou primeiro-ministro em 2019 e conquistou uma grande vitória eleitoral.

Johnson foi o rosto do Brexit e ganhou votos em partes do país que nunca haviam votado no Partido Conservador antes.

Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante pronunciamento na frente de seu escritória em 7 de junho de 2022 — Foto: Henry Nicholls/REUTERS

Jeremy Hunt caminha do lado de fora de sua casa em Londres, na Inglaterra, em 18 de outubro de 2022 — Foto: REUTERS/Toby Melville

Depois que o programa econômico de Truss entrou em colapso e ela demitiu seu ministro das finanças, ela recorreu a Hunt, um ex-ministro da saúde e das Relações Exteriores, para corrigir as coisas.

Após uma série de performances confiantes na televisão e na Câmara, como quando ele rasgou o manifesto econômico de Truss, levaram alguns deputados conservadores a se referirem a Hunt como o “verdadeiro primeiro-ministro”.

Ele insistiu que não quer o cargo principal, apesar de ter entrado em duas corridas anteriores para se tornar primeiro-ministro, incluindo em 2019, quando perdeu na última rodada para o ex-primeiro-ministro Boris Johnson. Hunt não tem o apoio óbvio de um grande grupo de legisladores no parlamento.

A BBC e outros meios de comunicação disseram que ele não estava pensando em concorrer.

Kemi Badenoch em imagem sem data publicada em sua página oficial — Foto: Reprodução

Depois de perder a disputa anterior pela liderança, onde ganhou apoio na ala direita do Partido Conservador, Badenoch foi nomeada como secretária de comércio por Truss.

Nascida em Londres com pais de origem nigeriana, Badenoch disse que a Grã-Bretanha foi falsamente criticada como opressiva às minorias. Ela também se opôs aos banheiros de gênero neutro por causarem uma “desvantagem significativa” para as mulheres.

Uma fonte próxima a Badenoch disse que “o partido deve se unir em torno de um novo líder que restaura a confiança na política e entrega um bom governo para o povo britânico. Kemi está em conversas com colegas sobre a melhor maneira de conseguir isso.”

A ex-ministra do Interior Suella Braverman é vista do lado de fora da sede do governo britânico em 18 de outubro de 2022 — Foto: Toby Melville/REUTERS

Braverman, que renunciou nesta quarta-feira (19) como ministra do Interior depois de criticar Truss, é esperada na concorrência para ser líder dos conservadores, informou o jornal britânico “The Guardian”, acrescentando que um assessor dela se recusou a dizer se ela planeja concorrer.

Com pais de origem indiana, ela quer reduzir a migração global para a Grã-Bretanha e disse que o país tem muitos trabalhadores migrantes de baixa qualificação e um número muito alto de estudantes internacionais.

Anteriormente, atuou como ministra do Brexit e defendeu a saída da Grã-Bretanha do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Ela também foi uma candidata à liderança na disputa anterior, ganhando o apoio do proeminente ativista anti-UE Nigel Farage.

Braverman disse em uma carta crítica de renúncia que ela tinha preocupações sobre os rumos do governo de Truss.

O ministro britânico da Defesa, Ben Wallace, fala durante a conferência anual do Partido Conservador em Birmingham, na Grã-Bretanha, em 2 de outubro de 2022 — Foto: REUTERS/Toby Melville

O secretário de defesa britânico é um dos poucos ministros a emergir da recente turbulência política com sua credibilidade reforçada. O ex-soldado foi ministro da Defesa tanto para Johnson quanto para Truss, liderando a resposta da Grã-Bretanha à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Popular entre os membros do partido, ele surpreendeu muitos no início deste ano, quando disse que não concorreria à liderança, dizendo que queria se concentrar em seu trabalho atual. Ele disse ao jornal Times esta semana que ainda queria permanecer como secretário de Defesa.

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