O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que seus eleitores permaneçam “na região da seção eleitoral até a apuração do resultado” durante a votação do 2º turno, marcada para o próximo dia 30. A declaração foi dada pelo candidato à reeleição nesta terça-feira (11) em uma agenda de campanha em Pelotas, no Rio Grande do Sul.
A lei eleitoral proíbe, até o final do horário de votação, a aglomeração de pessoas com roupas padronizadas, portando bandeiras, broches e adesivos, caracterizando uma manifestação coletiva. É permitida somente a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor.
A lista de restrições inclui ainda a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partido e de candidatos, além da propaganda de boca de urna aos eleitores que se dirigem à seção eleitoral.
Ao discursar, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a segurança das urnas e se mostrou inconformado com o desempenho do seu oponente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, na reta final das eleições de 2022.
“No próximo dia 30, vamos votar e, mais do que isso, vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós desconfiamos: como pode aquele cara ter tantos votos, se o povo não está ao lado dele”, afirmou o presidente.
Ao longo dos últimos meses, Bolsonaro feito tem ataques infundados às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. As acusações do presidente já foram desmentidas por autoridades oficiais e especialistas.
Na última semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou que a auditoria feita nas urnas eletrônicas pelos técnicos do órgão no 1º turno não encontrou qualquer divergência nos dados oficiais publicados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os auditores avaliaram 560 boletins de urna, comparando o documento impresso pelas urnas e divulgado nas seções eleitorais, ao fim da votação, com os dados daquelas mesmas urnas divulgados pelo TSE. A correspondência, segundo o TCU, foi de 100%.
O Tribunal de Contas da União (TCU) também pediu em despacho ao Ministério da Defesa que o governo encaminhe uma cópia dos resultados da auditoria feita pelos militares nas urnas. O despacho foi assinado no domingo (9) e divulgado nesta segunda (10).
O Ministério da Defesa foi o órgão escolhido por Bolsonaro para encampar os ataques infundados às urnas.
Desde que foi convidado a integrar o Comitê de Transparência Eleitoral criado pelo TSE para dissipar boatos e comprovar a integridade das urnas, o ministério enviou dezenas de “sugestões” para melhorar a segurança das eleições – incluindo diversas medidas que já eram adotadas ou que não faziam sentido prático.
Questionado por jornalistas após a conclusão da apuração do 1º turno, Bolsonaro evitou comentar as suspeitas que vinha lançando sobre a lisura do processo – e disse que aguardaria o parecer dos militares das Forças Armadas que estiveram na “sala-cofre”. A sala de totalização do TSE é aberta ao governo, a entidades fiscalizadoras e aos partidos políticos.
Passada uma semana, no entanto, esse parecer dos militares não foi divulgado.
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