Bolsonaro chegou às 6h20 ao navio da Marinha no qual fará um percurso de cerca de três horas pelas águas da Baía do Guajará. O presidente estava acompanhado das deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP).
A romaria fluvial é uma das 13 procissões que integram a festividade do Círio de Nazaré, que em 2022 volta a ocorrer no formato tradicional após dois anos de restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
A expectativa é de que o Círio de Nazaré reúna aproximadamente 2,5 milhão de pessoas neste fim de semana na região metropolitana de Belém. A celebração em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré é considerada a maior festa católica do mundo e é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil.
A presença de Bolsonaro, candidato do PL à reeleição, no evento religioso foi contestada por autoridades paraenses. O governador reeleito do estado, Helder Barbalho (MDB), disse que o Círio de Nazaré é “intocável” e ” algo que nenhum político tem o direito de se apropriar”.
O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), criticou a participação de Bolsonaro e declarou que “fé de todos os paraenses não pode ser sequestrada por uma candidatura à presidência”.
Tanto Edmilson quanto Helder Barbalho são apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato que disputa o segundo turno da eleição presidencial contra Jair Bolsonaro.
A Arquidiocese de Belém, responsável pela organização do evento, divulgou nota em que diz não ter convidado “qualquer autoridade seja em nível municipal, estadual ou federal” para o Círio.
Já a assessoria de Bolsonaro afirmou à Rede Liberal que o presidente participa da celebração como um “chefe de Estado” e que o comparecimento dele não é um compromisso como candidato à reeleição.
Na votação do último domingo (2), o ex-presidente Lula venceu no Pará. O petista recebeu 2.443.730 votos (52,22%), enquanto Bolsonaro ficou com 1.884.673 votos (40,27%) no primeiro turno.
A cidade de Novo Progresso (PA), no entanto, foi a quarta que percentualmente mais apoiou o presidente Jair Bolsonaro na primeira rodada da disputa presidencial. Lá, o candidato do PL recebeu 79,60% dos votos.
Bolsonaro dedicou grande parte da propaganda eleitoral da manhã deste sábado à região Nordeste – que deu mais votos ao adversário no primeiro turno.
Nesta semana, Bolsonaro foi criticado por adversários por fazer uma associação da vitória de Lula no Nordeste aos índices de analfabetismo na região.
Com músicas típicas e a participação de um repente, o candidato do PL destacou no programa medidas adotadas na sua gestão para os estados nordestinos. Ele também ressaltou as mudanças que fez no programa de Financiamento Estudantil (Fies).
Já Lula optou por enfatizar bloqueios orçamentários feitos recentemente pelo governo Bolsonaro, salientando a destinação de recursos para o chamado “orçamento secreto” e o fato de o Orçamento de 2023, enviado pelo presidente ao Congresso, não prever o Auxílio Brasil no valor de R$ 600.
