A equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia que, mais uma vez, ele acaba jogando contra a estratégia de seu comitê da reeleição. Enquanto a campanha busca reduzir a rejeição do presidente a aumentar a do rival, o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro pode estar contribuindo para o efeito inverso ao retomar um discurso raivoso e atacar o Supremo Tribunal Federal.
sua rejeição e a aumentar a de Lula (PT), Bolsonaro pode estar contribuindo para elevar a sua ao retomar um discurso raivoso e atacar o Supremo Tribunal Federal.
Segundo a equipe de Bolsonaro, as pesquisas recém divulgadas ainda não detectaram o efeito de ações e falas do presidente nos últimos dias. Na sexta-feira, um Bolsonaro raivoso, tenso, chamou Lula de “pinguço” e atacou o Supremo Tribunal Federal. Além disso, o presidente passou a defender o aumento do número de ministros do STF, visto como uma manobra para controlar o Judiciário.
Os assessores do presidente destacam que ele já foi alertado que esse tipo de comportamento tira votos, e pode causar um prejuízo principalmente durante o segundo turno. Afinal, lembram, nesta fase é preciso atrair um eleitor que pode mudar de voto ou deixar de ser indeciso. E, para isso, é preciso conquistar esse eleitorado, mas as ameaças ao STF e o estilo “raivoso” têm o efeito contrário.
Na última pesquisa Ipec, a rejeição de Bolsonaro oscilou para baixo de 50% para 48%, enquanto a de Lula oscilou para cima de 40% para 42%. Ainda não é possível afirmar que essas mudanças representem uma tendência, mas podem ser um sinal de que a estratégia do comitê da reeleição poderiam começar a fazer efeito neste segundo turno.
“Só que, se essa tendência for confirmada pelas próximas pesquisas, o trabalho pode acabar não rendendo os frutos esperados, já que o presidente acaba contribuindo para aumentar a sua rejeição. Ele precisa compreender isso”, avalia um líder de Bolsonaro no Congresso.
Os aliados do presidente Bolsonaro estavam comemorando o estilo moderado e sóbrio que ele vinha adotando desde o final do primeiro turno, avaliando que isso iria ajudar no trabalho de conquistas de votos neste segundo turno. Só que o Bolsonaro mais moderado durou pouco e ele voltou ao modo “agressivo” e “raivoso”, que afasta principalmente o eleitorado feminino. Não por outro motivo a rejeição ao presidente entre mulheres é elevada.
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