Bolsonaro 'alimenta' acampamentos mesmo após ameaça terrorista, avaliam militares a governo Lula


Integrantes da ala bolsonarista das Forças Armadas, por outro lado, disseram esperar que viagem do presidente desmobilize participantes. Um deles foi preso ao tentar explodir caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília.
Material apreendido com bolsonarista suspeito de montar artefato explosivo para praticar atentado terrorista em Brasília.
Marcus Barbosa/TV Globo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ignorado apelos para dar qualquer comando com objetivo de desmobilizar os acampamentos golpistas mesmo após a prisão, no sábado (24), do integrante de um deles por planejar um atentado terrorista em Brasília.
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Ao contrário, na visão de militares que não compactuam com a posição do presidente, tem estimulado esses atos golpistas que ocorrem junto a unidades militares.
“[Os acampamentos continuam existindo] porque tem alguém alimentando. Bolsonaro passou de carro pela frente… lamento muito essa postura dele. Mas ele estimula”, afirma um general ouvido pelo blog em condição de anonimato.
Essa avaliação foi repassada a integrantes do governo Lula, que consultou militares do Exército.
Polícia acredita que suspeito de ajudar a montar explosivo fugiu de Brasília
Na tarde de sábado, horas antes da prisão do suspeito de terrorismo, Bolsonaro passou em frente ao acampamento golpista que fica em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Foi lá, inclusive, que o planejamento do atentado foi feito, segundo o detido (leia mais abaixo).
Segundo esse general da cúpula das Forças Armadas, o fato de as áreas no entorno de unidades militares serem classificadas como perímetros de segurança poderiam ser um impeditivo, por exemplo, para o cumprimento de ordens de busca e apreensão nos acampamentos- mas que se houvesse uma ordem judicial não haveria problemas.
“Duvido que legalmente não acontecesse se houvesse uma ordem”, afirma.
Existe uma pressão de setores do Judiciário e da equipe de para esvaziar, antes da posse, esses acampamentos. O temor – fundamentado, como mostra a prisão ocorrida no sábado – é que eles funcionem como células terroristas.
Militares bolsonaristas, entretanto, defendem que a melhor estratégia é não agir, e contar que uma provável viagem de Bolsonaro para o exterior – que pode ocorrer antes da posse de Lula – leve a uma desmobilização natural dos acampamentos.
Já o governo Lula quer que os acampamentos sejam esvaziados.
O novo ministro da Defesa, da Justiça e o governador do Distrito Federal, disseram nesta terça-feira, em entrevista à imprensa, que vão acelerar a retirada dos acampamentos, mas sem dar detalhes de como efetivamente isso vai ocorrer.
Bolsonarista planejava explodir caminhão-tanque perto de aeroporto
A prisão do bolsonarista suspeito de planejar um atentado terrorista aconteceu no sábado. George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi autuado em flagrante por terrorismo, após confessar ter montado um artefato explosivo instalado em um caminhão de combustível perto do Aeroporto de Brasília.
Em depoimento aos policiais, o homem disse que o ato foi planejado por integrantes de atos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorrem no quartel-general do Exército, em Brasília. Afirmou ainda que o a instalação da bomba tinha o objetivo de “dar início ao caos” e que pretendia alcançar a decretação de estado de sítio no país – quando há restrição de direitos e à atuação de Legislativo e Judiciário.
Uma fonte do Exército lembra que pessoas físicas não podem ter acesso a explosivos – diferentemente do que acontece com armas de fogo – e que, portanto, o material utilizado pelo bolsonarista certamente foi desviado. “Por exemplo: pedreiras, atividade de engenharia na abertura de estradas”, diz o militar.
Bolsonarista preso após montar artefato explosivo perto do Aeroporto de Brasília

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