Poucas horas antes de Biden falar na Casa Branca, a Ucrânia respondeu, acusando os russos de construir secretamente bombas sujas em A maior usina nuclear da Europaque as tropas russas agora ocupam.
Autoridades de inteligência americanas estão divididas sobre as intenções da Rússia. Alguns acreditam que as repetidas ameaças de usar armas nucleares são um blefe; outros dizem que fazem parte de uma doutrina militar russa chamada “escalar para diminuir”, na qual um pequeno dispositivo nuclear é acionado para alertar os adversários a ficarem longe.
Nas últimas semanas, o governo Biden vem realizando exercícios de mesa, tentando entender como a Rússia pode tentar obter vantagem ameaçando usar uma arma nuclear – e sob quais condições ela pode realmente detonar uma. O objetivo dos exercícios, dizem as autoridades, é descobrir como os Estados Unidos e seus aliados podem responder.
Ninguém no governo está defendendo uma resposta nuclear. Mas entre as opções em debate estão os ataques militares convencionais contra as forças russas dentro da Ucrânia, provavelmente executados por forças ucranianas. Os Estados Unidos e seus aliados da OTAN usariam o momento para isolar ainda mais a Rússia do mundo – especialmente a China e outras nações, como a Índia, que continuam a compre seu óleo. Mas não está claro como Pequim, em particular, responderia ao uso russo de uma pequena arma nuclear, não importa o quão destrutiva.
Na terça-feira, um repórter perguntou a Biden se a Rússia “está se preparando para implantar uma bomba suja ou uma arma nuclear”. O presidente se concentrou na segunda parte da pergunta. Embora as autoridades digam que uma bomba suja seria uma escalada trágica, sua preocupação clara é com o que ela poderia pressagiar. Nas agências de inteligência americanas e no Pentágono, teme-se que a Rússia faça uma provocação para justificar o uso de uma arma nuclear em resposta.
As autoridades americanas pareciam ter alguma inteligência que respaldou o medo, mas se recusaram a discutir o que é ou quão convincente é. Mas ao tornar públicas as alegações da Rússia a Austin e ao general Milley, eles pareciam estar seguindo um padrão de tornar as informações públicas em um esforço para prender Putin enquanto ele procura opções além de confiar em sua força militar fracassada.
“A Rússia está fazendo alegações falsas e transparentes”, disse Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa da Casa Branca, a repórteres na terça-feira. “No passado, vimos a Rússia usar alegações como pretexto para escalar. E como o presidente disse, não sabemos se esse é o caso aqui.”