Biden diz conversar com Putin se russo estiver disposto a encerrar invasão na Ucrânia

Presidente dos Estados Unidos se pronunciou sobre assunto em coletiva de imprensa com presidente da França, Emmanuel Macron, que visita Washington. Biden diz que está disposto a conversar com Putin
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da França, Emmanuel Macron, apresentaram uma frente unida sobre o tópico guerra da Ucrânia, nesta quinta-feira (1º), em uma visita do francês à Casa Branca. O líder norte-americano disse que conversaria com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se ele estiver disposto a encerrar a invasão em solo ucraniano.
Biden resistiu a falar com Putin desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro. Enquanto isso, Macron manteve abertas as linhas de comunicação com o presidente russo.
“Deixe-me escolher minhas palavras com muito cuidado”, disse Biden em entrevista coletiva com Macron. “Estou preparado para falar com Putin se de fato houver interesse em que ele decida que está procurando uma maneira de acabar com a guerra. Ele ainda não fez isso.”
Mas Biden disse que só faria isso em consulta com seus aliados da Otan e não faria nada que prejudicasse os interesses ucranianos. “Eu não vou fazer isso sozinho”, disse. Macron, por sua vez, disse que continuará conversando com Putin para “tentar evitar a escalada e obter alguns resultados muito concretos”, como a segurança das usinas nucleares.
Macron em Washington D.C.
Esta é a primeira visita de Estado do líder francês a Washington D. C. desde que Biden assumiu o poder no início de 2021. Além de prometer apoio à Ucrânia, os dois líderes buscaram maneiras de aliviar algumas tensões econômicas nas negociações do Salão Oval.
Biden prometeu a Macron fazer mudanças na legislação aprovada pelo Congresso dos EUA este ano, que os países europeus temem que prejudiquem suas economias. Projetos de lei destinados a impulsionar a energia renovável dos EUA e a indústria de semicondutores têm “falhas” que podem ser resolvidas, disse Biden.
Macron levantou preocupações francesas e europeias sobre a Lei de Redução da Inflação (IRA) de Biden, uma nova lei de US$ 430 bilhões que oferece subsídios maciços para produtos fabricados nos EUA e visa enfrentar a crise climática e promover a energia renovável. “A França não veio aqui para pedir algum tipo de exceção para sua economia. Viemos compartilhar como as consequências dessa regulamentação nos impactam”, afirmou.
Líderes europeus dizem que o pacote legislativo assinado por Biden em agosto é injusto para empresas não norte-americanas e seria um duro golpe para suas economias enquanto a Europa lida com as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.
“Existem ajustes que podemos fazer que podem tornar fundamentalmente mais fácil para os países europeus participarem e ficarem por conta própria”, disse Biden, acrescentando que ele e Macron tiveram uma longa discussão sobre o assunto.
Macron disse que era importante para os Estados Unidos e seus aliados europeus “ressincronizarem” suas abordagens.
Em uma declaração conjunta emitida após as negociações no Salão Oval, os dois líderes disseram que estão comprometidos em responsabilizar a Rússia “por atrocidades e crimes de guerra amplamente documentados, cometidos tanto por suas forças armadas regulares quanto por seus representantes” na Ucrânia.
Eles também prometeram coordenar suas preocupações em relação ao “desafio da China à ordem internacional baseada em regras, incluindo o respeito pelos direitos humanos e trabalhar em conjunto com a China em importantes questões globais como as mudanças climáticas”.
Enquanto isso, na Romênia, os ministros da Otan se reuniram em Bucareste na quinta-feira e prometeram mais ajuda à Ucrânia para ajudar contra os ataques da Rússia à infraestrutura de energia durante o inverno.
A aliança, da qual os Estados Unidos e a França são membros fundadores, também está discutindo como enfrentar os desafios impostos pelo fortalecimento militar da China e sua cooperação com a Rússia, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Macron disse no passado que a China não deveria ser um foco para a Otan.
Jantar e presentes
Macron e sua esposa, Brigitte, chegaram a Washington na terça-feira (29) para sua segunda visita de Estado aos Estados Unidos desde que o líder francês assumiu o cargo em 2017.
Biden, 80, e Macron, 44, se esbarraram várias vezes em encontros internacionais, mas este foi o tempo mais longo que passaram juntos. Um jantar de estado foi realizado ainda na quinta-feira, com 200 lagostas do Maine enviadas para a ocasião.
Biden e sua esposa Jill cumprimentaram os Macron com abraços, beijos e largos sorrisos enquanto comemoravam mais de 200 anos de relações EUA-França.
Os dois líderes e suas esposas, que jantaram juntos informalmente em um restaurante na quarta-feira (30), participaram de uma cerimônia de chegada em South Lawn que contou com uma guarda de honra militar, uma banda colonial e hinos nacionais.
Entre os presentes que Macron trouxe estava uma versão em vinil e CD da trilha sonora original do filme de 1966 de Claude Lelouch “Un Homme et une Femme”, o filme que os Bidens foram ver em seu primeiro encontro, de acordo com Paris.
Os Biden presentearam Macron com um espelho personalizado feito de madeira do terreno da Casa Branca e uma coleção de discos de vinil personalizados de grandes músicos americanos.
O jantar formal em um pavilhão na Casa Branca contará com música de Jon Batiste, vinho Chardonnay de Napa Valley e queijos de Oregon, Califórnia e Wisconsin.

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