Vídeos registrados pelo blog nos bastidores mostram Bolsonaro e Kelmon conversando, acompanhado por seus assessores, e também sentados lado a lado. Um dos trechos mostra o candidato do PTB entregando um papel ao presidente. Veja abaixo:
Imagens mostram Padre Kelmon (PTB) entregando papel a Bolsonaro (PL) no intervalo
Procurada pelo g1, a assessoria de Jair Bolsonaro disse que não vai comentar o caso. A reportagem procurou também a assessoria de Padre Kelmon, que não respondeu até a última atualização deste texto.
Durante o debate, Kelmon e Bolsonaro fizeram dobradinha para criticar Lula e a esquerda. Kelmon também fez questionamentos diretos a Lula – ao contrário de Bolsonaro, que evitou o confronto direto com seu principal oponente –, acusando Lula de chefiar supostos esquemas de corrupção. O embate entre Kelmon e Lula gerou os momentos de discussão mais acalorada no encontro de ontem.
Debate para presidente na Globo: Padre Kelmon (PTB) pergunta para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre corrupção
Questionado pelo blog sobre a combinação e tabelinha entre Kelmon e Bolsonaro, Fabio Wajngarten, coordenador da campanha do presidente, disse que há “alinhamento ideológico entre pautas do candidato do PTB e do presidente da República”. E deu o seguinte complemento: “ficou evidente que Lula não respeita líderes religiosos, nem quem teme a Deus”.
Nos intervalos do debate, Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi escalado para assessorar o pai – junto com Fábio Faria, ministro das Comunicações: entre os blocos, o vereador se aproximava do pai e orientava.
Como o blog publicou na quinta (30), Carluxo defendia que Bolsonaro adotasse tom beligerante contra Lula no debate, fazendo inclusive ataques pessoais ao ex-presidente. No debate, ficou claro que a estratégia de Carlos foi a escolhida – Bolsonaro fez diversas críticas ao ex-presidente, relembrando, inclusive, o caso da morte de Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André, acusando Lula de ser o “mentor” do assassinato de seu companheiro de partido.
Mas, como a tática era evitar aumentar a sua rejeição, Bolsonaro optou por usar candidatos para atacar Lula – seja na dobradinha com Kelmon, seja na tabelinha com D’Ávila (NOVO) ou mesmo através de uma pergunta a Simone Tebet sobre acusação feita por sua vice, Mara Gabrilli (PSDB), em relação ao envolvimento de Lula no caso Celso Daniel.
Nesta sexta (30), o QG de Bolsonaro comemorou o desempenho de Kelmon, pois acreditam que ele confunde a população com a imagem de um “religioso” que questionou Lula.
Kelmon, como mostrou o “Jornal O Globo”, não é padre. Confrontado com essa informação pelo blog, um ministro de Bolsonaro ironizou: “Mas a população não sabe disso. Ele está lá com crucifixo”.
A avaliação na campanha é de que a eleição pode não ser decidida no 1º turno – e era esse o objetivo de Bolsonaro ontem: criar condições para evitar que indecisos ou eleitores de Ciro e Tebet antecipem seu voto de rejeição de um 2º turno para agora, no primeiro, a favor de Lula.
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