Pelo menos cinco pessoas e 25 ficaram feridas no ataque em boate gay no Colorado. Ataque a tiros em boate LGBT+ deixou mortos e feridos no Colorado, EUA
Geneva Heffernan/g1
O homem armado que abriu fogo dentro de uma boate gay no Colorado, matando pelo menos cinco pessoas, foi detido por dois “heróis” que estavam no local, disse a polícia em entrevista coletiva neste domingo (20).
O suspeito foi identificado como Anderson Lee Aldrich, de 22 anos, e teria usado um rifle.
Os disparos foram efetuados no Club Q, em Colorado Springs, enquanto o público da casa aparentemente comemorava o Dia Internacional da Memória Transgênera, celebrado anualmente em 20 de novembro em homenagem às pessoas trans mortas de forma violenta.
Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas no ataque que ocorreu pouco antes da meia-noite, informou a polícia, que acrescentou que um número não especificado de feridos se encontra em estado grave. Os agentes informaram, ainda, que encontraram ao menos uma outra arma de fogo na boate.
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O suspeito entrou na casa noturna e “imediatamente começou a atirar contra as pessoas que estavam dentro… Pelo menos duas pessoas heroínas dentro da boate enfrentaram e lutaram com o suspeito e conseguiram impedi-lo de matar mais”, disse o chefe de polícia, Adrian Vasquez, em coletiva de imprensa.
Este é o mais recente ataque de uma série contra a comunidade LGBT nos Estados Unidos. O mais mortal ocorreu em Orlando, na Flórida, em 2016.
Os americanos “não podem e não devem tolerar o ódio”, disse o presidente Joe Biden neste domingo, depois de ouvir a notícia do ataque.
Embora as motivações ainda não estejam esclarecidas, ele criticou a violência contra a comunidade LGBTQ, principalmente contra mulheres transgênero não brancas.
“Lugares que deveriam ser espaços seguros de aceitação e celebração nunca deveriam se tornar locais de terror e violência. No entanto, isso acontece com muita frequência. Devemos eliminar as desigualdades que contribuem para a violência contra pessoas LGBTQI+”, declarou em nota da Casa Branca.
FBI investiga o caso
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As autoridades disseram que o suspeito estava sendo tratado em um hospital local, mas não divulgaram mais informações, observando que as autoridades locais, estaduais e federais, incluindo o FBI, estão investigando.
Um homem com o mesmo nome foi preso em 18 de junho de 2021, aos 21 anos, depois que sua mãe disse que ele ameaçou feri-la com uma bomba caseira ou “armas diversas”, de acordo com um comunicado à imprensa do gabinete do xerife do condado de El Paso.
O entorno da casa deste homem, em Colorado Springs, foi evacuado depois que ele inicialmente se recusou a se render. Nenhum dispositivo explosivo foi encontrado, segundo a nota.
Resposta rápida
A porta-voz do Departamento de Polícia de Colorado Springs, Pamela Castro, informou neste domingo que a polícia recebeu uma ligação de emergência pouco antes da meia-noite de sábado (3h57 no horário de Brasília), informando a ocorrência no Club Q.
Segunda Castro, um primeiro agente chegou em quatro minutos e que o suspeito havia sido dominado em dois minutos.
Os proprietários do Club Q disseram no Facebook que “estão devastados pelo ataque sem sentido à nossa comunidade”. “Agradecemos as reações rápidas dos heroicos clientes que dominaram o atirador e colocaram fim a este ataque de ódio”, acrescentaram.
As autoridades disseram no domingo que o ataque ainda não havia sido oficialmente classificado como um crime de ódio, mas que acusações de assassinato em primeiro grau provavelmente seriam apresentadas.
O promotor do distrito Michael Allen, em coletiva de imprensa, disse que atos de violência destinados a promover o medo em “comunidades específicas… não serão tolerados”.
O governador Jared Polis, que em 2018 se tornou o primeiro homem abertamente gay eleito governador dos Estados Unidos, classificou o ataque como “horrível, nojento e devastador”, acrescentando que “o Colorado está com nossa comunidade LGBTQ e todos os afetados por esta tragédia” .
Centenas de mensagens de apoio chegaram à página do clube no Facebook, algumas de lugares tão distantes como Suécia, Reino Unido, Nova Zelândia, Alemanha e Austrália.
Ataques em massa
Em 12 de junho de 2016, um atirador abriu fogo dentro da boate Pulse, em Orlando, matando 49 pessoas e ferindo mais de 50.
O presidente Biden relembrou o quinto aniversário do atentado em Orlando no ano passado e declarou que designaria a casa noturna como memorial nacional.
Episódios de violência com atiradores são um grande problema nos Estados Unidos, onde houve mais de 600 ataques a tiros em massa até agora este ano, de acordo com o site do Gun Violence Archive.
Estes incidentes estão constantemente reacendendo o debate sobre o controle de armas, um tema quente no país, embora pouco progresso tenha sido feito no Congresso referente aos pedidos por reforma.