As pesquisas fecharam na eleição presidencial de alto risco do Brasil. Agora aqui está o que esperar a seguir.
Como o Brasil é o único país do mundo que usa um sistema de votação totalmente eletrônico, a contagem de votos historicamente aconteceu de forma relativamente rápida, principalmente para um país tão vasto. Autoridades eleitorais disseram no domingo que esperavam poder convocar o concurso às 19h, horário do leste.
Em centenas de milhares de assembleias de voto em todo o país, as autoridades agregam os resultados das votações de cada máquina de votação e transmitem essas apurações para a agência eleitoral federal em Brasília, a capital do país.
No domingo, todas as assembleias de voto fecharão ao mesmo tempo, embora o país esteja espalhado por três fusos horários. No entanto, os resultados chegarão ao longo de várias horas e, significativamente, espera-se que os primeiros retornos se desviem para o presidente Jair Bolsonaro, o titular de extrema-direita.
Por quê? A resposta, em grande parte, tem a ver com a infraestrutura de internet do Brasil.
O apoio a Bolsonaro e outros candidatos de direita tem sido historicamente mais forte nas regiões mais desenvolvidas e ricas do Brasil, onde há conexões de internet mais robustas do que nas regiões mais pobres que tendem a favorecer candidatos de esquerda como Luiz Inácio Lula da Silva, O desafiante de Bolsonaro no domingo.
Isso é particularmente verdade no vasto e pobre nordeste rural do Brasil, que responde por cerca de 27% dos eleitores e há muito tempo é o reduto de Lula.
Como resultado, os brasileiros se acostumaram a ver os candidatos conservadores obterem as primeiras lideranças após o fechamento das pesquisas e, em seguida, ver os candidatos esquerdistas fecharem a lacuna – ou às vezes ultrapassarem seus oponentes – no final da contagem de votos.
Mas Bolsonaro apontou repetidamente para essa tendência – sem qualquer evidência credível – como uma indicação de fraude, parte de um esforço mais amplo e de um ano para atacar o sistema de votação eletrônica do Brasil.
Na eleição presidencial de 2014, um candidato de centro-direita liderou por horas nos votos até que o candidato de esquerda do partido de Lula finalmente o ultrapassou e ganhou a presidência. O candidato derrotado alegou que algo estava errado e exigiu uma auditoria, e Bolsonaro, deputado na época, defendeu a causa.
A tendência voltou a acontecer no primeiro turno de votação no início deste mês. O Sr. Bolsonaro liderou no início da contagem até que o Sr. da Silva o ultrapassou.
Dias depois, Bolsonaro exibiu um gráfico dos votos e sugeriu que ele havia sido vítima de fraude. O padrão nos retornos de votação, disse ele, parecia “bastante um algoritmo”.
Não há evidências de fraude nas urnas eletrônicas do Brasil desde que foram introduzidas em 1996.
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