Arábia Saudita reage à indignação dos EUA por cortes de petróleo

Arábia Saudita recuou na quinta-feira contra ameaças americanas punir o reino por concordar com a Rússia e outros países produtores de petróleo para cortar a produção, dizendo que a decisão da semana passada foi baseada puramente em razões econômicas.

O Ministério das Relações Exteriores saudita, em um comunicado incomum, disse que o governo Biden pediu ao reino que atrasasse os cortes de produção por um mês. Tal atraso poderia ter evitado aumentos de preços nas bombas de gasolina que poderiam prejudicar os candidatos democratas nas eleições de meio de mandato dos EUA em 8 de novembro.

Mas os sauditas disseram que desconsideraram o pedido dos EUA porque temiam que tal atraso “tivesse consequências econômicas negativas”.

A declaração foi a mais recente evidência de que a disputa pela produção de petróleo foi Aumento das tensões entre os Estados Unidos e a Arábia Sauditacuja relação já foi tensa por divergências sobre como tratar o presidente Vladimir V. Putin da Rússia após sua invasão da Ucrâniapreocupações americanas sobre o histórico de direitos humanos da Arábia Saudita e preocupações sauditas de que Washington tenha desistido de seu compromisso com a segurança do reino.

Depois que o cartel de países produtores de petróleo conhecido como OPEP Plus anunciou um corte de produção de dois bilhões de barris por dia na semana passada, o Sr. Biden prometeu que haveria “consequências” para o reino, sem definir o que eles poderiam ser.

Alguns membros do Congresso foram mais longe, acusando os sauditas de estarem do lado de Putin, que também se beneficia dos preços mais altos do petróleo, e discutindo a legislação que cortaria as vendas de armas para a Arábia Saudita ou permitiria ações judiciais contra membros da Opep Plus por fixação de preços.

A declaração saudita na quinta-feira parecia ser uma tentativa de conter as tensões, afirmando a “rejeição total” do reino à ideia de que estava fazendo política com seu petróleo. Tal pensamento, segundo o comunicado, retratou a decisão “fora de seu contexto puramente econômico”.

O Ministério das Relações Exteriores saudita elogiou a relação com os Estados Unidos como “estratégica que atende aos interesses comuns de ambos os países”.

A declaração continuou dizendo que “qualquer tentativa de distorcer os fatos sobre a posição do reino em relação à crise na Ucrânia é infeliz”, uma aparente referência à acusação de que estava do lado da Rússia. Sublinhou este ponto referindo-se aos votos sauditas nas resoluções das Nações Unidas relacionadas com a guerra.

A Arábia Saudita e outros Estados do Golfo votaram na Organização das Nações Unidas nesta quarta-feira para condenar a anexação da Rússia de quatro territórios do leste da Ucrânia, apoiando uma resolução que exigia a reversão do curso de Moscou.

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