Margem de lucro é menor, mas divulgação beneficia estabelecimentos com ampliação de público. Transporte em motos e bikes pode afetar conservação dos produtos.
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O custo incomoda, mas estar nos aplicativos de delivery equivale hoje a estar nas páginas amarelas das antigas listas telefônicas. Ampliar o público e contar com uma ferramenta segura para logística e pagamentos são algumas das vantagens apontadas por empresários e gestores ouvidos pelo g1. Grande parte aderiu aos apps devido à pandemia e decidiu permanecer.
💰 Taxas
O domínio do setor no Brasil é do iFood, com mais de 80% do mercado e também as taxas mais altas, de 15% a 30% por pedido. Os valores variam conforme a negociação com cada estabelecimento e o número de entregas.
“Apesar do volume de vendas expressivo, o lucro é muito menor do que com as vendas no salão”, diz Célio Salles, empresário do setor de hamburguerias em Santa Catarina e conselheiro de administração da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
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A margem menor de lucro é equilibrada pela exposição dos estabelecimentos às enormes bases de usuários dos apps. A família dona da barraquinha da Água de Côco Natural do Zé, que está há décadas no bairro do Sumaré, em São Paulo, consegue com seu único produto se manter na disputada aba de “Famosos no iFood”.
“No primeiro momento a gente não dava importância, mas hoje é uma torneira a mais na nossa caixa d’água”, diz o sócio Rafael Cordeiro.
Um dos segredos para o status estrelado é fidelizar o consumidor e evitar qualquer avaliação negativa. Já aconteceu de um pedido chegar incompleto e o cliente ser compensado com o envio de unidades a mais como brinde, por exemplo.
No caso da confeitaria Cacau Vanilla, a publicidade é mais atrativa do que o faturamento com os pedidos pelo app, normalmente pequenos em comparação com as demandas de doces para eventos.
“É importante estar ali mais por divulgação, para as pessoas conhecerem e provarem”, afirma uma das sócias, Renata Baldin.
A presença na ferramenta também é complementar para a Mais Saudável Congelados, que entrou no iFood no começo de 2023 por sugestão do departamento de marketing e vem crescendo com as boas avaliações, conta a gerente Vanessa Dantas.
Transporte terceirizado dispensa donos de restaurantes da contratação de mais funcionários.
Celso Tavares/G1
🏍 Logística
A opção pelo transporte terceirizado dispensa custos de contratação de funcionários ou manutenção de veículos, mas inclui alguns transtornos inevitáveis. Gerente do Rei do Parmegiana, na Vila Romana, na capital paulista, Jessica Quirino tem dificuldades com o tempo de alocação e o contato com os entregadores durante os fretes.
Para a padaria Tricanas, na Vila Gustavo, já houve reclamações após pedidos que chegaram destruídos pela falta de cuidado dos motoboys no trânsito de São Paulo. Ainda assim, o gerente Antônio Andrade diz que o serviço é mais eficiente do que o testado no início da pandemia com um entregador próprio.
🗣 Alternativas
Sem custos, o uso do WhatsApp para gerenciar os pedidos é cada vez mais comum entre bares e restaurantes, observa Célio Salles.
O app de mensagens da Meta já oferece as opções de conta comercial, catálogo para cardápio, pagamento dentro da ferramenta e pesquisas de opinião. “Incentivamos o uso e entendemos que é uma alternativa à dependência do iFood ou Rappi”, sugere o empresário.
A Abrasel também trabalha para contornar dificuldades tecnológicas na gestão de tantas ferramentas digitais hoje necessárias nos restaurantes. O projeto Open Delivery propõe a padronização de protocolos usados em cardápios, pedidos e rastreamento usados nos softwares internos e de apps de entrega.
Confira as principais vantagens e desvantagens de apps de delivery:
👍 Prós
Divulgação em massa
Entrega sob responsabilidade de outra empresa
Sem custos trabalhistas e de manutenção de veículos
Ferramenta segura para pagamentos
👎 Contras
Taxas altas – comissões por pedido e mensalidade
Comunicação por meio de chat
Conservação da comida no transporte
Gerenciar ranking e avaliações negativas de clientes
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