Após ser presa, vice-presidente do Parlamento Europeu é destituída do cargo por escândalo de corrupção


Deputada grega Eva Kaili é acusada de ter intermediado esquema de pagamento de propina e suborno por parte do governo do Catar a três parlamentares europeus. Foto de arquivo de 7 de dezembro de 2022 mostra a vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, durante cerimônia. Ela seria uma das pessoas presa preventivamente em investigação de corrupção.
Eric Vida;/European Parliament/AFP
O Parlamento Europeu – o Legislativo que une deputados de todos os países da União Europeia – destituiu nesta terça-feira (13) a vice-presidente da Casa Eva Kaili.
Uma investigação da Promotoria da Bélgica apontou que o governo do Catar, anfitrião da Copa do Mundo, subornou Kaili para influenciar a tomada de decisões. A agora ex-vice-presidente, que é também deputada da Grécia, negou as acusações.
Kaili está entre as quatro pessoas presas e acusadas na Bélgica pelo escândalo que provocou indignação em Bruxelas e ameaça prejudicar a imagem da União Europeia.
O caso, no qual a polícia descobriu pilhas de dinheiro, lança uma sombra sobre o Parlamento Europeu, que busca ser uma bússola moral, criticando os abusos de direitos globais e repreendendo os governos da UE por qualquer indício de impropriedade.
O Catar negou qualquer irregularidade.
Parlamento Europeu vota pelo afastamento de Eva Kaili das funções de vice-presidente
O parlamento agiu rapidamente para afrouxar os laços com Kaili, com 625 deputados votando a favor da medida, apenas um contra e duas abstenções.
“A integridade do Parlamento Europeu vem em primeiro lugar”, tuitou a presidente Roberta Metsola.
Michalis Dimitrakopoulos, advogado de Kaili na Grécia, disse na terça-feira: “A posição dela é que ela é inocente, posso te dizer isso.”
“Ela não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explícita e inequivocamente”, disse Dimitrakopoulos à Open TV em um primeiro comentário público.
Vários estados da UE, incluindo a Alemanha, disseram que a credibilidade da união de 27 nações está em jogo. Os países que enfrentaram críticas da assembléia, incluindo a Hungria, membro da UE, disseram que ela perdeu a superioridade moral.
“A partir de agora, o Parlamento Europeu não poderá falar sobre corrupção de maneira crível”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, no Facebook.

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