Na equipe petista, a ordem é não errar na reta final do segundo turno e combater a abstenção. No comitê bolsonarista, a expectativa é pelo “clima de virada” no dia da votação.
O levantamento mostrou Lula com 49% das intenções de voto (52% dos votos válidos), e Bolsonaro, com 45% das intenções de voto (48% dos votos válidos).
No comitê de Lula, a avaliação é que, se o petista cumprir o roteiro de não errar e convencer os eleitores a comparecer às urnas, vence a disputa. Uma vez que, conforme a pesquisa, entre os votos válidos, Lula tem maioria.
Já no comitê de Bolsonaro, os dados do levantamento animaram a equipe, que andava atordoada com o caso das meninas venezuelanas. O episódio, avaliam aliados, não provocou perda de votos para Bolsonaro, que confia num “clima de virada” no dia da votação.
Lula e Bolsonaro durante debate na TV — Foto: Allison Sales/Fotorua/Estadão Conteúdo
A pesquisa foi recebida como um sinal de alerta no comitê de Lula. O dado positivo, para aliados, foi que o ex-presidente se manteve estável nos 49%. Segundo um coordenador da campanha, a expectativa era que Lula subisse pelo menos um ponto, mas o fato de manter a estabilidade foi visto como bom para o petista.
Foram vistos como sinais negativos:
“A pesquisa foi boa do ponto de vista que Lula segue com 49%, o suficiente para ganharmos no segundo turno. Não podemos perder votos, e não estamos. E precisamos combater a abstenção. Se fizermos isso, vamos ganhar”, diz o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha de Lula.
Segundo Randolfe, a coligação de Lula vai começar um forte trabalho para reduzir a abstenção no país. A partir da decisão do Supremo Tribunal Federal, que liberou o passe livre no dia da eleição, o comando da campanha do petista vai buscar convencer prefeitos a adotar a medida. Principalmente no Nordeste, onde o PT e aliados do ex-presidente comandam os Estados da região.
Na avaliação do campo petista, se a abstenção não for elevada, Lula vai ganhar a eleição. O ideal, porém, avaliam assessores do petista, é que o ex-presidente crescesse na reta final, mas os blocos de votos dos dois candidatos estão solidificados e o espaço para busca de novos apoios está pequeno.
Já no comitê de Bolsonaro, a avaliação é que a estratégia de avançar no Sudeste está dando certo. A missão, segundo a equipe do comitê da reeleição, é ganhar a mais pelo menos um milhão de votos em cada um dos três maiores colégios eleitorais do país: Minas Gerais, São Paulo e Rio.
O aumento na região Sudeste, onde Bolsonaro subiu de de 48% para 50%, enquanto Lula recuou de 44% para 43%, com a diferença passando de quatro para sete pontos, foi destacado como um sinal de que a estratégia está dando certo.
“A dúvida é se vamos conseguir atingir a meta final, estamos subindo na região estratégica da eleição, que vai decidir o pleito, mas pelo menos vamos chegar empatados e tudo pode acontecer no domingo”, avalia um coordenador da campanha de Bolsonaro.
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