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Aliados de Putin devem decidir se hospedarão um homem procurado

Grande parte da maneira como o governo lida com a questão do que fazer com Putin parece estar emaranhada na política interna das facções, disse Leaza Jernberg, analista de relações internacionais em Joanesburgo. O Congresso Nacional Africano, o partido governante desde o fim do apartheid, está profundamente dividido, e alguns membros do partido e do governo permanecem leais à Rússia, disse ela.

O principal partido de oposição do país, a Aliança Democrática, disse que as autoridades sul-africanas deveriam retirar o convite de Putin se não estivessem dispostas a prendê-lo. Permitir que ele entre na África do Sul sem ser preso pode manchar a reputação do país e levar a repercussões econômicas de aliados, como sanções, disse Darren Bergman, membro do Parlamento da Aliança Democrática que trabalha com relações internacionais.

A África do Sul não é estranha a esse dilema.

Foi no centro de um circo da mídia em 2015, quando Omar Hassan al-Bashir, então presidente sudanês, participou de uma reunião da União Africana em Joanesburgo enquanto estava sob um mandado do TPI por crimes de guerra, genocídio e outras acusações relacionadas ao conflito em região sudanesa de Darfur, onde quase 300.000 pessoas foram mortas.

No centro de convenções, Bashir sentava-se em sessões abertas, olhando estoicamente para os fotógrafos que o rodeavam. Ele também posou para uma foto em grupo com os outros líderes, que não se importaram com questões sobre o mandado.

Em uma audiência judicial que busca obrigar a África do Sul a prender o Sr. Bashir, os advogados do governo argumentaram que o líder sudanês tinha imunidade diplomática e compareceu à reunião como convidado da União Africana. O tribunal acabou decidindo que as autoridades sul-africanas eram obrigadas a executar a prisão – mas Bashir já havia deixado o país em seu jato presidencial de uma base militar.

O fato de Bashir, que foi deposto do poder após uma revolta popular em 2019, permanecer foragido é um exemplo proeminente do Limitações do ICC. Mas, na época, disse Jernberg, a África do Sul tinha a desculpa de argumentar que era solidária com outras nações africanas, que achavam que seus líderes eram alvos injustos.

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