Alemanha prende um suposto espião russo dentro de sua agência de inteligência

BERLIM – Um membro do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha foi preso por suspeita de espionagem para a Rússia e está sendo acusado de traição, disseram promotores nacionais nesta quinta-feira.

O promotor público federal da Alemanha disse em seu comunicado que o suspeito, identificado como “Carsten L.” sob as leis de privacidade alemãs, foi acusado de “passar informações que obteve no curso de suas atividades profissionais a um serviço de inteligência russo”.

Na quinta-feira, um juiz federal aprovou a manutenção do réu sob custódia. Ele foi preso na semana passada, mas as autoridades alemãs divulgaram poucos detalhes. O chefe do Serviço Federal de Inteligência, Bruno Kahl, disse em comunicado que divulgar mais informações “ofereceria uma vantagem a um adversário com a intenção de prejudicar a Alemanha”.

A investigação ocorre após uma série de prisões em toda a Europa de outros acusados ​​de serem espiões russos. A maioria dos casos envolve pessoas que, segundo os promotores, fazem parte de uma organização ou comunidade para permitir espionagem ou recrutamento de longo prazo.

No mês passado, autoridades norueguesas anunciaram a prisão de um homem que se passava por um acadêmico brasileiro em uma universidade em acusações de coleta de informações para a Rússia. Em junho, um estagiário do Tribunal Penal Internacional, também com passaporte brasileiro, foi preso em Haia e acusado de espionagem para a Rússia. No final de novembro, uma operação sueca capturou um casal russo acusado de espionagem. E no início desta semana, investigadores austríacos prenderam um residente grego de Viena por suspeita de espionagem para a Rússia.

A prisão na Alemanha pode ser incomum, no entanto, porque o suposto espião foi encontrado dentro da própria agência de inteligência do país, aumentando o risco de que contatos e informantes dentro da Rússia possam ter sido traídos.

Os promotores federais disseram em um comunicado que revistaram a casa e o local de trabalho do suspeito.

Kahl, o presidente do BND, descreveu a Rússia como um ator “cuja falta de escrúpulos e vontade de usar a violência temos de enfrentar”.

Vários outros espiões russos, que não eram agentes disfarçados, mas trabalhavam oficialmente para serviços de inteligência, foram presos e expulsos nos últimos anos, possivelmente tornando a Rússia mais dependente de agentes adormecidos, especialmente porque o esforço de guerra do Kremlin na Ucrânia vacilou. Analistas de segurança na Europa dizem que as prisões também fizeram Moscou pressionar mais agressivamente por informações de suas fontes remanescentes.

O último caso de agente duplo na Alemanha foi em 2014, quando um membro dos serviços de inteligência foi preso por oito anos por espionagem, principalmente por passar informações à CIA e por se oferecer aos serviços secretos russos.

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