Em um mundo de fantasia medieval assolado por guerras, intrigas políticas e desigualdades sociais gritantes, um simples ato de atirar pedras ganha um significado inesperado. ‘Final Fantasy Tactics’, clássico jogo de RPG tático lançado em 1997, nos apresenta a Ivalice, um reino à beira do caos, onde nobres e plebeus lutam por poder e sobrevivência.

No centro dessa trama intrincada está Ramza Beoulve, um jovem nobre que, ao testemunhar as injustiças e o sofrimento do povo, questiona a moralidade da classe dominante e se junta à luta por um mundo mais justo. Em sua jornada, Ramza se depara com diversos personagens, cada um com suas próprias motivações e ideologias. Entre eles, destaca-se Argath Thadalfus, um membro da nobreza que despreza os camponeses e os trata com crueldade.

É nesse contexto que a atitude de atirar pedras assume um simbolismo poderoso. Em diversas cenas do jogo, vemos personagens oprimidos, revoltados com a injustiça, atirando pedras em seus algozes, especialmente em Argath. Essa ação, aparentemente simples, representa um grito de resistência contra a opressão, uma forma de desafiar o poder estabelecido e lutar por sua dignidade. Afinal, aos olhos da pedra, todos são iguais. Camponeses, nobres, cavaleiros e ladrões partilham da mesma fragilidade perante a força bruta da natureza.

A cena em que Ramza atira uma pedra em Argath, após este trair seus companheiros e demonstrar seu desprezo pelos mais humildes, é particularmente emblemática. É um momento de ruptura, em que Ramza abandona os privilégios de sua classe e se junta à luta do povo. Ao atirar a pedra, ele declara sua solidariedade aos oprimidos e sua oposição à tirania. Essa cena, aparentemente trivial, ecoa os protestos populares que ocorreram ao longo da história, desde a Revolução Francesa até os movimentos pelos direitos civis. [Revolução Francesa](https://www.britannica.com/event/French-Revolution)

A atitude de atirar pedras em ‘Final Fantasy Tactics’ não é apenas um ato de violência aleatória, mas sim uma forma de comunicação, um grito de socorro, uma declaração de guerra contra a injustiça. É uma maneira de dizer: ‘Não vamos mais tolerar a opressão. Vamos lutar por nossa liberdade e dignidade!’. Em um mundo onde as palavras muitas vezes falham, as pedras se tornam a voz dos que não têm voz. Essa temática é especialmente importante no contexto atual, em que vemos um aumento da desigualdade social e da violência em todo o mundo. [Desigualdade Social no Brasil](https://www.oxfam.org.br/desigualdades/)

Portanto, ‘Final Fantasy Tactics’ não é apenas um jogo de RPG tático, mas também uma reflexão profunda sobre a natureza humana, o poder da solidariedade e a importância da luta por um mundo mais justo. Ao nos colocar no papel de Ramza Beoulve, o jogo nos convida a questionar nossas próprias crenças e a nos juntarmos à luta por um futuro melhor. E, quem sabe, a atirar algumas pedras no caminho.

Afinal, a mensagem central do jogo é um chamado à ação. Não podemos permanecer indiferentes diante da injustiça e da opressão. Precisamos nos unir aos oprimidos, lutar por seus direitos e construir um mundo onde todos tenham a oportunidade de viver com dignidade. E, às vezes, atirar uma pedra pode ser o primeiro passo nessa jornada.