Juan Carlos I responde em tribunal de Londres a denúncia feita pela sua ex-amante, a alemã Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn. Monarca abdicou em 2014 após série de polêmicas e vive atualmente nos Emirados Árabes Unidos. O rei Juan Carlos I, da Espanha, acena para a imprensa em frente a catedral de Palma de Maiorca após a tradicional missa de Páscoa em 1º de abril de 2018
Jaime Reina/AFP/Arquivo
O ex-rei Juan Carlos I da Espanha conquistou nesta terça-feira (6) imunidade em processo em que responde por assédio sexual diante de um tribunal de Londres.
A imunidade bloqueia parte do processo, aberto pela ex-amante de Juan Carlos, a alemã Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn.
O ex-monarca de 84 anos – que protagonizou polêmicas como a de uma viagem secreta para caçar elefantes na África em 2012 – nega as acusações.
Os advogados de Juan Carlos disseram ao Tribunal de Apelação de Londres no mês passado que qualquer suposto assédio antes da abdicação do ex-soberano em 2014 está coberto por imunidade. Mas os advogados de Sayn-Wittgenstein dizem que os atos de assédio foram privados e feitos a serviço da “agenda oculta” do ex-soberano.
Na terça-feira, o recurso da defesa do monarca foi admitido. “A alegada conduta pré-abdicação está imune à jurisdição dos tribunais deste país”, disse a juíza Ingrid Simler, responsável pelo caso.
Ela disse que os supostos atos praticados antes da abdicação de Juan Carlos pelo general Sanz Roldán, então chefe da agência de inteligência espanhola CNI, eram “atribuíveis ao Estado espanhol”.
“Foi apenas a posição (de Juan Carlos) como chefe de Estado que lhe permitiu fazer com que o chefe do serviço de segurança do estado agisse da maneira alegada, usando a CNI, quaisquer que fossem seus motivos privados, e por mais abusivos que fossem”, disse a juíza.
‘Currículo de escândalos’
Antes reverenciado por seu papel na transição do país para a democracia, o rei Juan Carlos I acabou ficando marcado por uma série de polêmicas, que levaram à abdicação em favor de seu filho, o atual rei Felipe VI, em 2014.
Seu longo currículo de escândalos inclui um episódio no qual foi secretamente à África para caçar elefantes, uma prática bastante condenada por instituições e governo do mundo inteiro.
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