‘A Próxima Vítima’ estreia no Globoplay; relembre novela de crime e mistério de Silvio de Abreu | TV e Séries

A novela “A Próxima Vítima” estreia nesta segunda-feira (26) no Globoplay. Exibida em 1995, a obra de crime e de mistério de Silvio de Abreu fez os espectadores se perguntarem quem era o autor de uma série de assassinatos.

Para quem tem saudade da história policial ou para quem quer enfrentar o enigma pela primeira vez, o g1 relembra alguns dos principais momentos, além de curiosidades dos bastidores, com dados do Memória Globosem spoilers, claro.

Dirigida por Jorge Fernando e com elenco formado por nomes como Susana Vieira, José Wilker, Deborah Secco, André Gonçalves, Claudia Ohana, Marcos Frota, Tony Ramos e Paulo Betti, a novela tinha uma trama cheia de traições, suspense e romance para amarrar o grande mistérios das mortes.

A Próxima Vítima: A lista chinesa

A Próxima Vítima: A lista chinesa

“A pretensão de fazer ‘A Próxima Vítima’ era assustadora porque era uma novela em que cada mês morria uma pessoa. Eu imaginava assim: eu não quero fazer uma novela que é tudo igual todo dia. Eu sempre procuro fazer uma novela que mude, que seja lúdica, que faça com que o público tenha o que ver, sempre uma coisa nova”, afirmou Abreu em depoimento.

“Então, muitas vezes a gente tinha que escrever capítulos falsos. Quando publicava, a gente mudava, mandava cenas falsas e combinava com o Jorginho (Fernando, o diretor) parar gravar uma coisa e depois botar outra no ar. Enfim, era difícil. Funcionou justamente por causa do gênero novo que ela trazia, que era o policial.”

Para despistar o público e a imprensa, foram gravados diferentes versões do final no dia da exibição do episódio.

A Próxima Vítima: Josias é assassinado

A Próxima Vítima: Josias é assassinado

“No último dia, nós estávamos gravando as cenas capitais da novela nos estúdios da emissora. Parte do estúdio foi separada, com um cenário grande, e estavam presentes todos os colegas envolvidos na cena”, disse Tony Ramos.

“Ficamos gravando em segredo, enquanto a imprensa se acotovelava lá fora. Ninguém disse nada. Saiu até nos telejornais, imagina a audiência que foi isso. Foi um momento muito interessante, um belo caminho percorrido.”

A Próxima Vítima: Juca sente ciúme de Ana

A Próxima Vítima: Juca sente ciúme de Ana

  • A novela chegou a seus capítulos finais cercada por grande suspense. Diante do assédio da mídia para descobrir o assassino e da repercussão da trama com o público, Silvio de Abreu foi obrigado a fazer algumas alterações no desfecho da história policial. Chegou-se a cogitar a exibição ao vivo do último capítulo, para evitar que o final fosse descoberto antes da transmissão. O autor conta que ele e o diretor Jorge Fernando resolveram gravar às 13h três possíveis desfechos – a novela ia ao ar às 20h30. Silvio de Abreu mandou as cenas alternativas para a emissora, com o capítulo já editado. Quando entraram no estúdio, os atores receberam suas falas, e só então ficaram sabendo quem era o assassino;
  • Silvio de Abreu afirmou que a estratégia de escrever capítulos falsos foi usada durante toda a novela, com o objetivo de evitar que a imprensa publicasse quem iria morrer. O autor revelou que mantinha uma sinopse secreta, desconhecida até mesmo por José Bonifácio de Oliveira, o Boni, então vice-presidente de operações da TV Globo. Segundo Silvio, a identidade do assassino já estava definida desde a sinopse;

A Próxima Vítima: Leontina é assassinada

A Próxima Vítima: Leontina é assassinada

  • Claudia Raia contou que, quatro dias antes de terminar a novela, Silvio de Abreu pediu que ela fizesse uma participação especial. O autor exigiu sigilo absoluto e a orientou para que chegasse ao estúdio maquiada, e vestida com sua própria roupa, como quem faz uma visita aos amigos. Tudo já estava combinado com o diretor Jorge Fernando. A aparição da atriz no último dia de novela causou alvoroço no elenco e nos jornalistas, ávidos por descobrir quem era o assassino. Nos fundos de uma casa cenográfica, horas antes de a novela ir ao ar, o diretor gravou a personagem de Claudia fazendo uma breve caminhada e morrendo com um tiro. É a última cena da novela, que deixa no ar um novo mistério;
  • Em função da venda para o mercado externo, Silvio de Abreu criou outro desfecho para a trama, sem prejudicar o mistério da novela. O autor voltou às imagens já gravadas, reeditou e eliminou algumas cenas, a fim de manter a coerência e o suspense da história;
  • A versão exibida em Portugal foi diferente da brasileira. Essa mesma versão foi ao ar na reprise da novela na sessão “Vale a Pena ver de Novo” e em outros países. “A Próxima Vítima” foi reapresentada na TV Globo a partir de julho de 2000;

A Próxima Vítima: Bordão de Carina

A Próxima Vítima: Bordão de Carina

  • “A Próxima Vítima” foi uma das primeiras novelas de Deborah Secco, e a sua estreia no horário nobre da TV Globo. O bordão “Socorro!”, dito por sua personagem Carina, surgiu do vocabulário da filha adolescente de Silvio de Abreu;
  • Silvio de Abreu homenageou o amigo Gilberto Braga ao batizar de Felipe Barreto o cirurgião plástico que opera Isabela (Claudia Ohana), após Marcelo (José Wilker) cortar seu rosto com uma faca. A novela “O Dono do Mundo” (1991), de Gilberto Braga, tinha como protagonista um cirurgião plástico homônimo, interpretado por Antônio Fagundes;
  • O ator André Gonçalves chegou a ser espancado na rua por causa do personagem homossexual que interpretava na trama;

A Próxima Vítima: Sandrinho e Jefferson

A Próxima Vítima: Sandrinho e Jefferson

  • “A Próxima Vítima” foi a primeira novela de Alexandre Borges na TV Globo. Ele já havia atuado nas minisséries “Incidente em Antares” (1994) e “Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados” (1995);
  • Zé Bolacha foi inspirado em um tio de Silvio de Abreu, chofer de caminhão em Catanduva (SP). O autor declarou que o personagem foi criado especialmente para Lima Duarte e, caso o ator não quisesse ou pudesse fazê-lo, “a novela perderia uma de suas mais intrigantes e simpáticas figuras”;
  • A personagem Julia (Glória Menezes), que se envolve em uma campanha de apoio a meninos de rua, foi inspirada na artista plástica Yvone Bezerra de Mello, autora de “As Ovelhas Desgarradas e seus Algozes – A Geração Perdida nas Ruas ” e intensamente dedicada à causa na época;
  • O sucesso da novela e do verdureiro Juca, interpretado por Tony Ramos, foi tão grande que o personagem deu nome a duas barracas de frutas no Mercado Municipal de São Paulo;
  • “A Próxima Vítima” foi vendida para mais de 20 países, entre os quais Cuba, Estados Unidos, Guatemala, Hungria, Letônia, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana, República Tcheca, Rússia, Uruguai e Venezuela.

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