Espera-se que os referendos liderados pela Rússia em partes ocupadas da Ucrânia mostrem que a maioria dos moradores votou para se juntar à Rússia, com o Kremlin anunciando formalmente a anexação ainda nesta semana.
A votação, que atraiu ampla condenação internacional como fraudada, termina terça-feira em Donetsk e Luhansk, no leste, e Kherson e Zaporizka, no sul. Se as regiões forem anexadas, a Rússia disse que as defenderia como se fossem território russo, inclusive, potencialmente, com seu arsenal de armas nucleares. Essa estratégia lembra encenou votos em 2014 na Crimeia que Moscou seguiu rapidamente com a anexação da península.
Autoridades apoiadas pelo Kremlin começaram a realizar os referendos na sexta-feira após uma série de reveses no campo de batalha. O presidente Vladimir V. Putin da Rússia anunciou seu apoio aos votos em um discurso provocativo de 20 minutos na quarta-feira, acrescentando que seu principal objetivo da guerra continua sendo “libertar” a região leste de Donbass, na Ucrânia.
Os ucranianos expressaram temor de que uma consequência imediata da anexação seja o recrutamento para as forças armadas russas e serem forçados a pegar em armas contra seu próprio país. Em partes de Luhansk e Donetsk, ocupadas pela Rússia desde 2014, é já é o caso.
Os líderes mundiais disseram que não reconheceriam os resultados. Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia, disse em um declaração na semana passada, que a votação estava “em clara violação da Carta da ONU e da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia”.
Em entrevista ao programa “60 Minutes” da CBS no domingo, o secretário de Estado Antony J. Blinken disse: “Essas chamadas eleições são uma farsa. Período.”
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, pediu à comunidade internacional que intensifique o apoio à Ucrânia. “Os referendos falsos não têm legitimidade”, disse ele. escreveu no Twitter Semana Anterior.
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