BERLIM – À medida que o gelo polar derrete, a Rússia, já uma grande potência do Ártico, quer tornar a região sua. A China tem ambições de uma “Rota da Seda Polar”. E a OTAN está abraçando a Finlândia – e a Suécia também, espera Washington – dando à aliança um novo alcance no Extremo Norte.
A mudança climática está acelerando e ampliando a competição no Ártico como nunca antes, abrindo a região para uma maior disputa comercial e estratégica no momento em que a Rússia, a China e o Ocidente buscam expandir sua presença militar lá.
A crescente importância da região é ressaltada pelas viagens de Antony J. Blinken, o secretário de Estado dos EUA, que participará de uma reunião informal dos ministros das Relações Exteriores da OTAN na Noruega na quinta-feira.
Esta semana, o Sr. Blinken está fazendo questão de visitar a Suécia e a Finlândia também, encontrando-se com os líderes dos três países enquanto eles pressionam a Turquia para ratificar a rápida entrada da Suécia na OTAN. Ele deve fazer um importante discurso sobre Rússia, Ucrânia e OTAN na sexta-feira em Helsinque, a capital do mais novo membro da OTAN.
Por muito tempo, os países relutaram em discutir o Ártico como uma possível zona militar. Mas isso está mudando rapidamente.
A agressão russa mais a mudança climática formam “uma tempestade perfeita”, disse Matti Pesu, analista do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais. Há uma nova atmosfera de Guerra Fria, misturada com gelo derretido, que afeta o planejamento militar e abre novas possibilidades econômicas e de acesso aos recursos naturais.
“Portanto, tudo isso está conectado e se ampliando”, disse Pesu. “Isso torna a região intrigante.”
Embora a OTAN tenha sido aplaudida pelas dificuldades da Rússia na Ucrânia, a aliança de fato tem vulnerabilidades significativas no norte.
Com as mudanças climáticas, as rotas marítimas estão ficando menos cobertas de gelo e mais fáceis de navegar, tornando o Ártico mais acessível e atraente para a exploração comercial competitiva, bem como para o aventureirismo militar.
A Rússia disse que quer tornar o Ártico seu – um quinto distrito militar, a par dos outros quatro – disse Robert Dalsjo, diretor de pesquisa da Agência Sueca de Pesquisa de Defesa.
A China também tem estado ocupada tentando se estabelecer na região e usar novas rotas descongeladas, uma das razões pelas quais a OTAN considera a China um desafio de segurança significativo.
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