Países ao redor do mundo estão descumprindo seus compromissos de combate às mudanças climáticas, apontando a Terra para um futuro marcado por inundações mais intensas, incêndios florestais, secas, ondas de calor e extinção de espécies, de acordo com um relatório recente das Nações Unidas.
Apenas 26 dos 193 países que concordaram no ano passado em intensificar suas ações climáticas seguiram com planos mais ambiciosos. Os dois maiores poluidores do mundo, China e Estados Unidos, tomaram algumas medidas, mas não prometeram mais este ano, e as negociações climáticas entre os dois estão congeladas há meses.
Sem reduções drásticas nas emissões de gases de efeito estufa, segundo o relatório, o planeta está a caminho de aquecer em média de 2,1 a 2,9 graus Celsius, em comparação com os níveis pré-industriais, até 2100.
Isso é muito maior do que a meta de 1,5 graus Celsius (2,7 graus Fahrenheit) estabelecida pelo marco do acordo de Paris em 2015, e ultrapassa o limite além do qual os cientistas dizem que a probabilidade de impactos climáticos catastróficos aumenta significativamente.
Com cada fração de um grau de aquecimentodezenas de milhões de pessoas em todo o mundo seriam expostas a ondas de calor com risco de vida, escassez de alimentos e água e inundações costeiras, enquanto outros milhões de mamíferos, insetos, pássaros e plantas desapareceriam.
Uma análise do World Resource Institute, uma organização de pesquisa, descobriu que as promessas atuais das nações reduziriam as emissões globais de gases de efeito estufa em cerca de 7% em relação aos níveis de 2019, embora seis vezes isso seja necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius – o nível estabelecido pelo histórico acordo de Paris em 2015.
Taryn Fransen, membro sênior do World Resources Institute, chamou a atual trajetória do aumento da temperatura global de “perigosamente alta”.
