O Ministério Público Federal (MPF) na Paraíba abriu um inquérito civil para apurar irregularidades em um concurso feito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizado em março de 2016. De acordo com a portaria assinada pelo procurador José Godoy Bezerra de Souza, publicada na sexta-feira (17) no Diário Eletrônico do MPF, o inquérito atende a uma representação feita em junho de 2016 por um dos candidatos do certame.
Além da UFPB, a empresa responsável pela organização do concurso, Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan) também foi notificada da abertura do inquérito. Na portaria, não constam as possíveis irregularidades apontadas pelo candidato que formalizou a representação junto ao MPF. O candidato autor da representação concorreu ao cargo de técnico em contabilidade.
Após email enviado pelo G1, o Idecan afirmou em nota que não recebeu nenhuma notificação do Ministério Público a respeito do concurso da UFPB, mas que apesar disso, ressaltou que o concurso em questão foi feito obedecendo todas as normas legais, não havendo quaisquer irregularidades. Ainda de acordo com o Idecan, o instituto possui quase 20 anos de expertise na organização de concursos públicos em todo Brasil, tendo realizado concursos para órgãos como Advocacia-Geral da União, Ministério da Saúde, Polícia Rodoviária Federal, INMETRO, BANESTES, UERN, Polícia Militar da Paraíba, entre outros.
O concurso da UFPB, realizado em março de 2016, ofereceu 154 vagas em cargos de três níveis de escolaridade (fundamental, médio e superior). As provas foram realizadas em João Pessoa, Bananeiras, Areia, Mamanguape e Rio Tinto. Segundo a organização do concurso, 87.260 pessoas se inscreveram na seleção, mas cerca de 22% faltaram às provas objetivas.
À época, foi registrada uma tentativa de fraude na aplicação da prova no campus de João Pessoa. De acordo com Deivysson Pereira, presidente da comissão do concurso, quatro candidatos tentaram burlar as provas utilizando um radiotransmissor, foram presos e eliminados do processo. O grupo é do estado de Pernambuco e os membros estavam espalhados nos locais de prova mas, segundo Deivysson, atuaram de forma conjunta para burlar o concurso.