O governo da Índia impediu a fotógrafa indiana Sanna Irshad Mattoo, vencedora do Pulitzer de viajar para os Estados Unidos para receber o prêmio, denunciou a própria jornalista nesta quarta-feira (19).
Mattoo é da Caxemira, território militarizado e reivindicado há décadas pela Índia, e venceu o Pulitzer, uma das principais premiações do jornalismo mundial, por uma reportagem sobre a pandemia no país.
O governo da Índia ainda não havia se pronunciado até a última atualização desta notícia, mas tem proibido uma série de jornalistas da Caxemira de deixarem o país.
“Me pararam sem motivo e deixaram os outros ir. Talvez tenha a ver com o fato de eu ser da Caxemira”, disse Mattoo, que também é membro da prestigiosa Fundação Magnum, de fotografia. “Esta era uma oportunidade única para mim”.
Segundo a própria fotógrafa, ela foi detida por funcionários da imigração no aeroporto de Nova Déli na terça-feira (18) e impedida de embarcar, ao contrário de dois de seus colegas, autorizados a deixar o país.
Sanna é uma das quatro jornalistas que trabalham para a agência de notícias Reuters a ganhar o prestigioso prêmio de fotografia jornalística deste ano. A jovem de 28 anos é muito elogiada por retratar a vida na Caxemira indiana, no Himalaia.
É a segunda vez este ano que a fotógrafa é impedida de deixar a Índia. Em julho, ela foi parada da mesma maneira, no mesmo aeroporto, antes de embarcar rumo a Paris, na França, para a apresentação de um livro.
A Índia busca afirmar o controle sobre a Caxemira, que também é reivindicada, em sua totalidade, pelo Paquistão, uma disputa de constante tensão entre dois países dotados de armas nucleares.
