Numa entrevista concedida na última sexta (14), Bolsonaro afirmou que “pintou um clima” ao ver, durante um passeio de moto no Distrito Federal, um grupo de venezuelanas de 14 e 15 anos, numa comunidade, e que decidiu visitá-las (veja no vídeo abaixo).
Neste domingo (16), a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disse que o presidente da República tem “mania” de falar “se pintar um clima”.
Fala de Bolsonaro sobre meninas venezuelanas repercute nas redes sociais
O presidente deu atender que as meninas estavam se arrumando para se prostituir.
“Meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, afirmou o presidente sobre a visita, que ocorreu em abril de 2021.
Na madrugada deste domingo (16), após a repercussão negativa da frase, Bolsonaro foi às suas redes sociais e usou a transmissão ao vivo da visita para se defender. Disse que tinha a tinha feito para mostrar a indignação com a situação em que garotas estavam. E voltou a insinuar que elas se prostituíam:
“Mostrei o que estava acontecendo naquela casa com indignação. Para mostrar para a população brasileira que nós não queremos isso para as nossas filhas”, disse o Bolsonaro neste domingo (16).
Bolsonaro postou em suas redes sociais um vídeo com a transmissão ao vivo que, segundo ele, refere-se à visita feita na casa em que estavam as venezuelanas. Trechos da live foram compartilhados por Bolsonaro e pelo filho Carlos no Twitter neste domingo. Embora o vídeo seja de 10 de abril de 2021 (veja abaixo), o presidente afirma na postagem que é de 2020.
Reprodução de redes sociais do presidente Bolsonaro — Foto: g1
Ao longo dos 22 minutos da transmissão da visita, Bolsonaro não falou em prostituição. O presidente criticou o isolamento social decorrente da pandemia, perguntou sobre as condições de vida e também atacou governadores e a ditadura venezuelana.
Em um determinado momento, Bolsonaro agradece o apoio de mulheres que brasileiras que estavam na casa às venezuelanas.
“Repetindo, estou aqui com várias venezuelanas. Vieram aqui pra fazer o cabelo, algumas… [As venezuelanas] têm a colaboração de brasileiras. Muito obrigado a você por tratar bem os meus irmãos. Aqui o pessoal, no início da ditadura venezuelana, o pessoal mais rico foi embora”, declarou.
Ao oferecer apoio do governo brasileiro, Bolsonaro disse que conversaria com o ministro da Justiça, Anderson Torres, para providenciar documentação para as mulheres e citou programas de apoio aos microempreendedores, como o Pronampe.