Um tribunal russo condenou na quarta-feira um sargento do Exército dos EUA a quase quatro anos de prisão por roubar o equivalente a cerca de 100 dólares de uma mulher com quem estava envolvido romanticamente e por fazer ameaças de morte contra ela.
Sargento da equipe. Gordon Black, de 34 anos, foi preso no porto de Vladivostok, no Pacífico, no mês passado, após uma queixa criminal feita pela mulher, que não foi identificada publicamente pelas autoridades. Ele viajou para a Rússia para visitá-la depois de completar um posto na Coreia do Sul.
Uma declaração publicada por um tribunal de Vladivostok disse que o Sargento Black roubou o dinheiro e ameaçou a sua vida durante uma discussão doméstica. O comunicado afirma que o roubo causou “danos consideráveis” à mulher.
Vários advogados criminais russos disseram que a sentença era muito mais severa do que a que um cidadão russo poderia esperar receber por tais acusações.
Relatos de notícias russos relataram que o sargento Black conheceu a mulher na Coreia do Sul e que ambos postaram frequentemente fotos do tempo que passaram juntos nas redes sociais.
O sargento Black estava programado para retornar para casa, no Texas, no momento de sua prisão, disseram autoridades americanas na época. Ele não informou seus superiores sobre sua viagem à Rússia, disseram eles.
Em audiências anteriores no tribunal, o sargento Black negou ter feito ameaças de morte, mas se declarou culpado de algumas acusações de roubo. Seu advogado disse aos repórteres que a sentença seria apelada.
Se a sentença for mantida, o sargento Black cumprirá pena em uma colônia penal de baixa segurança, segundo o tribunal.
O sargento Black é o mais recente americano a ser detido na Rússia nos últimos anos, sob acusações que, segundo as autoridades norte-americanas, são muitas vezes forjadas. As detenções de alto perfil corroeram a já desgastada relação entre a Rússia e os Estados Unidos, especialmente à luz da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, há mais de dois anos.
A sentença do sargento Black ocorre no momento em que a Rússia se prepara para julgar outro americano, Evan Gershkovich, sob acusação de espionagem. Na próxima quarta-feira, um tribunal russo realizará a primeira audiência do julgamento de Gershkovich, repórter do The Wall Street Journal, a portas fechadas.
Gershkovich, 32 anos, foi detido por agentes de segurança na cidade russa de Yekaterinburg, cerca de 1.500 quilômetros a leste de Moscou, há mais de um ano. Ele trabalhou na Rússia como jornalista para diversas publicações durante mais de cinco anos antes de ser preso.
O Wall Street Journal e o governo dos EUA negaram as acusações contra ele. O Departamento de Estado tem designado Sr. Gershkovich como “detido injustamente”, o que efetivamente o obriga a trabalhar para sua libertação segura.
Alina Lobzina relatórios contribuídos.