♪ Último dos sete livros editados por conta dos 80 anos de Caetano Veloso, festejados em 7 de agosto, Objeto não identificado apresenta onze ensaios inspirados pela obra do artista.
Organizado pelo filósofo Pedro Duarte, autor do texto introdutório Caetano Veloso, este objeto não identificado, o livro reúne ensaios de Acauam Oliveira, Fred Coelho, Guilherme Wisnik, James Martins, José Miguel Wisnik, Maria Rita Kehl, Paulo Henriques Britto, Priscila Gomes Correra, Santuza Cambria Naves (1953 – 2012) e Vadim Niktin.
Também relacionados na contracapa do livro lançado pela editora Bazar do Tempo, os nomes de Gilberto Gil, Jorge Mautner, Maria Bethânia e Moreno Veloso podem fazer o leitor supor que também há ensaios deles em Objeto não identificado. Contudo, os quatro forneceram apenas depoimentos sobre Caetano para o livro, com destaques para os de Gil e Moreno.
Dos ensaios, O Brasil no coco de Caetano – Afinal, de que seria o Brasil (e a MPB), oportunidade? é o que tem o caráter mais atual porque, no texto, Acauam Oliveira analisa o artista a partir do recente álbum Meu coco (2021), lançado no ano passado.
Os enfoques da obra de Caetano são diversos. José Miguel Wisnik evoca, em Oração ao tempo, outros aniversários de Caetano para enfatizar que as canções do compositor são também ensaios e que, a despeito do niilismo melancólico recente, há uma responsabilidade de afirmação expressa no ofertório e na parceria com os filhos do artista.
Maria Rita Kehl discorre sobre O desejo nas canções de Caetano Veloso à luz psicanálise. Fred Coelho contextualiza a contribuição do compositor dentro da “linha evolutiva” da música popular do Brasil. Já Paulo Henriques Britto e Santuza Cambria Naves (1953 – 2012) interpretam Caetano Veloso a partir da análise de uma mesma música, O quereres (1984).