Bolsonaro, que há anos ataca sem apresentar provas a segurança das urnas eletrônicas, recebeu no Palácio do Planalto o ex-chanceler paraguaio Rubén Ramirez Lezcano, chefe da missão da OEA.
Depois do encontro, Rubén Lezcano disse que a reunião com Bolsonaro foi “muito cordial”. “Estamos levantando todos os depoimentos dos diferentes candidatos, de maneira que, oportunamente, nós vamos divulgar nosso relatório [sobre o processo eleitoral]”, disse.
“A nossa missão é absolutamente de observação, no respeito da institucionalidade do Brasil, promovendo a participação dos cidadãos brasileiros ao voto”, acrescentou Lezcano.
Após a realização das eleições, a OEA apresentará um relatório preliminar com observações e recomendações. Neste ano, os brasileiros elegerão presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
A equipe de observação da OEA também terá encontros com outros candidatos à Presidência, partidos, e autoridades, entre as quais o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
A OEA vai observar as eleições no Brasil pela terceira vez – a primeira foi em 2018, quando Bolsonaro se elegeu presidente, e a segunda no pleito municipal de 2020. O acordo para permitir o trabalho da organização foi firmado com o TSE.
Segundo a OEA, a missão reúne 55 especialistas de 17 nacionalidades e observará a votação em 15 estados e no Distrito Federal, além de três cidades no exterior – Porto, Miami e Washington.
A organização informou que especialistas que irão monitorar os aspectos sobre:
- tecnologia e organização eleitoral;
- votação no exterior;
- justiça eleitoral;
- financiamento político;
- campanhas e liberdade de expressão;
- participação política de mulheres;
- participação de grupos indígenas e afrodescendentes;
- violência eleitoral.
As unidades federativas que receberão observadores da OEA são: Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.
Em 2018, comissão da OEA acompanhou eleição e disse que urnas eletrônicas são seguras
Em 2018, na primeira oportunidade que a OEA observou as eleições no Brasil, a organização acompanhou a apuração dos votos e atestou que o sistema de urnas eletrônicas é seguro.
“Não encontramos nenhum elemento que podemos questionar o processo eleitoral que observamos no primeiro turno”, afirmou na ocasião a chefe da missão, a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla.
Chinchilla também disse que o primeiro turno da eleição transcorreu com “profissionalismo e perícia técnica”, mas houve “polarização e agressividade”.
A chefe da missão repetiu os elogios após o segundo turno, no qual Bolsonaro foi eleito presidente. A entidade elogiou as urnas eletrônicas, afirmando que o equipamento permite a obtenção de resultados “rápidos e seguros”.