A cidade de Havana, em Cuba, teve uma segunda noite de protestos contra os apagões prolongados em vários bairros. Os atos de sexta-feira (30) à noite foram as maiores manifestações na capital desde os atos antigovernamentais em julho do ano passado. Protestos de rua em Cuba são muito raros.
Equipes restauraram a energia em alguns bairros de Havana neste sábado.
Em um dos protestos no bairro ocidental de Playa várias centenas de pessoas gritaram “acenda as luzes”, assim como slogans antigovernamentais depreciando o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.
O grupo começou a gritar por liberdade e caminhou pelo bairro escuro e densamente povoado que está sem eletricidade desde que o furacão Ian atingiu a ilha na terça-feira.
Conforme o protesto em Playa ganhava força, o movimento foi acompanhado por vários caminhões de forças de segurança, que bloquearam a avenida principal, impedindo que os marchantes avançassem, de acordo com uma testemunha da Reuters.
Não foram observados confrontos ou prisões.
Publicações nas redes sociais também mostram protestos menores em outros lugares de Havana. Os protestos são pacíficos e, aparentemente, limitados aos lugares onde a energia ainda não havia sido restaurada.
Furacão Ian passa por Cuba e pelo sul dos EUA
O furacão Ian deixou todo o país de 11 milhões de habitantes sem energia quando atravessou o oeste de Cuba no início desta semana. Até o meio-dia de sexta-feira, autoridades disseram que a eletricidade havia sido restaurada para mais de 60% dos clientes em Havana, uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes, mas os que ainda permaneciam no escuro estavam cada vez mais ansiosos.
Autoridades disseram na sexta-feira que esperam reestabelecer a energia na maior parte de Havana até o final do fim de semana.