Considerada ‘a mulher mais rápida do mundo’, a dublê foi pioneira ao participar de filmes e séries de sucesso nos anos 1970 e 80. O’Neil é a homenageada do dia na página inicial do Google.
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A dublê Kitty O’Neil é a homenageada desta sexta-feira (24/03) na página inicial do Google.
Ela ficou famosa ainda nos anos 1970, quando fez as cenas de ação da atriz Lynda Carter na série de TV Mulher Maravilha.
O’Neil também dublou Lindsay Wagner na série de ficção científica A Mulher Biônica.
Seus outros trabalhos incluem “Os Bons e os Maus” (1977), “Desta Vez te Agarro” (1980) e “O Dueto da Corda” (1980).
O’Neil nasceu em 24 de março de 1946, filha de uma mãe indígena americana e um pai irlandês. A surdez que a acompanhou durante toda a vida apareceu nos primeiros meses de vida, quando ela foi afetada por uma série de doenças.
Durante toda a vida, a dublê nunca encarou a deficiência auditiva como um impeditivo para fazer o que queria. Ela chegou a dizer que a surdez se transformou num “ativo” importante para o trabalho e a vida pessoal.
‘A mulher mais rápida do mundo’
O sucesso de O’Neil como dublê a levou ao mundo das corridas de carro. Na modalidade, ela estabeleceu um recorde de velocidade terrestre para mulheres em 1976 — que permanece intacto até hoje.
Ela entrou no livro dos recordes viajando a uma média de 823 km/h em um veículo movido a foguete chamado The Motivator.
O sucesso de O’Neil foi tanto que ela ganhou uma versão própria da boneca Barbie. Ela também foi a primeira mulher a ingressar na agência de dublês de Hollywood Stunts Unlimited, nos EUA.
A atriz Stockard Channing a interpretou em um filme para TV chamado “A Vitória do Silêncio”, de 1979. Na produção, a própria O’Neil é dublê de si mesma.
O’Neil foi a dublê da atriz Lynda Carter no programa de TV original da Mulher Maravilha.
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A carreira de O’Neil também teve contratempos. Enquanto participava de cenas para um programa de TV em 1978, ela capotou um Corvette movido a foguete enquanto tentava estabelecer um recorde de velocidade no deserto de Mojave, nos Estados Unidos.
Depois de se aposentar na década de 1980, ela se mudou para Eureka, no Estado da Dakota do Sul, também nos EUA, onde morreu de pneumonia em novembro de 2018, aos 72 anos.
Em uma entrevista realizada em 2015, ela disse que “foi bom” ser uma das dublês de Hollywood e que “não tinha medo de nada”.
Aqueles que prestaram homenagem após sua morte incluíram a atriz surda Marlee Matlin, vencedora do Oscar, que a elogiou por “inovar em acrobacias e corridas”.