Durante seu caminho sinuoso, as maiores velocidades de vento sustentadas de Freddy atingiram cerca de 160 milhas por hora, o equivalente a um furacão de categoria 5, como tais tempestades são conhecidas quando se formam no Atlântico.
Como Freddy continuou a girar entre Moçambique e Madagascar, a Organização Meteorológica Mundial, uma agência das Nações Unidas, disse que estava a caminho de se tornar o ciclone tropical mais duradouro já registrado. A organização criou um comitê para avaliar se Freddy superou a marca anterior, estabelecida por um ciclone tropical chamado John no Pacífico em 1994, levando em consideração as mudanças de intensidade de Freddy.
Cientistas descobriram que a mudança climática é tornando tempestades furiosas como Freddy mais comuns. Há pouco mais de um ano, a mesma área foi atingida por ciclones Me ajude e Emnatimatando pelo menos 120 pessoas em Madagascar enquanto as duas tempestades se seguiram em rápida sucessão.
Moçambique estava se preparando na quinta-feira para o retorno de Freddy. Além das 10 mortes no país, cerca de 9.900 pessoas ficaram desalojadas de suas casas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Aldeias em Moçambique foram isoladas por árvores caídas ou margens de rios estouradas quando a tempestade desencadeou sua fúria, com estimativas de cerca de 28.300 casas destruídas. Nas áreas mais afetadas, como a cidade portuária da Beira, as pessoas atravessaram a água até a cintura para chegar a um solo mais seco ou ajudar nos esforços de resgate.
As autoridades de Moçambique dizem temer que 1,75 milhão de pessoas possam ser afetadas pelo ciclone quando ele retornar, e as agências de ajuda humanitária instaram as pessoas a permanecerem em abrigos por mais alguns dias.
O impacto indireto do Freddy foi sentido no sul da África, onde as chuvas de verão secaram à medida que o ciclone suga a umidade do Oceano Índico, disse Venter, o meteorologista.
O rastro de devastação também traz um risco elevado de doenças. Moçambique já lutava contra um surto de cólera, com mais de 7.500 casos notificados. As enchentes podem destruir clínicas e ajudar a espalhar a doença, alertou a Organização Mundial da Saúde na África.
Judson Jones contribuiu com reportagens de Atlanta.