Na primeira reunião do conselho político desde a posse, nesta quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou um recado aos ministros para que destravem as indicações partidárias para os cargos de segundo escalão do governo – e abram espaço nas agendas para receber parlamentares aliados.
Lula e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), pediram pressa nessas nomeações. A ideia é que os pedidos estejam, em sua maioria, atendidos até o Carnaval.
Isso porque, na semana seguinte, devem começar as votações de interesse do governo no Legislativo.
Lula chegou a ser explícito na sua fala durante o encontro.
“Já estamos há um mês e dez dias no governo. Não tem mais por que a gente não estar resolvendo todas as demandas que apareceram para o [Alexandre] Padilha, Jaques Wagner, [José] Guimarães e Randolfe [Rodrigues], para os líderes dos partidos que estão participando dessa frente parlamentar de sustentabilidade para a nossa democracia”, declarou.
Traduzindo: Lula quer acelerar as negociações dos cargos de segundo escalão, o que agradou os líderes aliados presentes.
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Em alguns ministérios, os titulares ainda não nomearam nem o secretário-executivo (número dois da pasta, que atua como ministro substituto quando necessário).
Aliados afirmam que, em algumas nomeações, há disputa com nomes propostos pelo próprio PT. Partidos de centro têm reclamado do “apetite” dos petistas por essas vagas.
Um ministro representante dos partidos de centro disse ao blog que o PT adota o sistema de porteira fechada nos ministérios comandados pela sigla – ao mesmo tempo em que quer indicar aliados para as pastas sob comando de outras legendas.
“Essa relação, se continuar assim, não vai dar certo e vai levar a derrotas do governo em votações do Congresso”, disse o ministro reservadamente ao blog.