O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey V. Lavrov, chegaria ao Mali na segunda-feira, fazendo sua terceira viagem à África em cerca de seis meses, enquanto a Rússia busca estender sua influência e manter o apoio de países não ocidentais para a invasão da Ucrânia.
A visita de dois dias de Lavrov ao país da África Ocidental visa fortalecer os laços de defesa e segurança, disse o Ministério das Relações Exteriores do Mali em um comunicado. A Rússia já forneceu aeronaves militares ao Mali, incluindo helicópteros, bem como centenas de conselheiros e agentes militares, muitos dos quais oficiais ocidentais. dizer pertencem ao grupo mercenário Wagner.
Antes de viajar para Mali, Lavrov visitou o Iraque no domingo. Ele tem passagem marcada para a Mauritânia e Sudão, segundo a agência de notícias russa Tass.
A Rússia, o maior traficante de armas da África, tem laços de longa data com nações do continente, muitas das quais apoiaram a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir V. Putin. A relação com o Mali é apenas uma das várias alianças militares que o Kremlin fortaleceu nos últimos anos, uma estratégia mutuamente benéfica que tornou a Rússia um parceiro de segurança favorito para muitas nações africanas.
No mês passado, o Sr. Lavrov visitou a África do Sul, dias depois que o governo de lá anunciado que realizaria exercícios militares conjuntos com a Rússia e a China em fevereiro.
A Rússia forneceu cerca de 45 por cento das principais armas para a África entre 2012 e 2021, de acordo com um estudar pelo Stockholm International Peace Research Institute. Nos últimos anos, um número crescente de países estabeleceu contratos com grupos mercenários russos, incluindo Wagner, cujos combatentes estão ativos na guerra na Ucrânia. Na maioria dos países africanos onde foram implantados, os agentes de Wagner foram acusados de abusos generalizados, incluindo assassinatos de civisviolência sexual e tortura.
No Mali, especialistas das Nações Unidas disseram que os mercenários Wagner podem ter cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade juntamente com os militares do país. No domingo, o governo do Mali disse que estava expulsando o chefe da divisão de direitos humanos da operação de paz da ONU estacionada no país.
Desde o golpe militar de 2020 no Mali, a junta em Bamako se aproximou da Rússia. Ao mesmo tempo, seu relacionamento azedou com a França, seu ex-governante colonial, que encerrou um relacionamento de nove anos operação militar no Mali no ano passado, quando o sentimento anti-francês aumentou. A junta militar do vizinho Burkina Faso também prometeu fortalecer os laços com a Rússia, enquanto encomendar França para retirar as tropas estacionadas no país.
Para as autoridades do Mali, a visita também oferece uma demonstração de apoio estrangeiro em meio às tensões com as nações ocidentais e alguns vizinhos da África Ocidental por causa do golpe e do uso de mercenários.
“A presença do ministro das Relações Exteriores da Rússia é uma oportunidade para as autoridades do Mali, que precisam de um aliado poderoso no cenário global”, escreveu o jornal diário Le Pays em sua primeira página.