Governo Lula tem dia de 'revogaços', ministros assumindo cargos, reuniões bilaterais e queda na Bolsa


Processos de privatização de oito estatais e normas que facilitavam o acesso às armas foram algumas das medidas suspensas. Ibovespa encerrou o dia em queda de 3,06%. Lula e ministros posam para foto oficial após posse neste domingo (31).
Ricardo Moraes/Reuters
O dia após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado por “revogaços” de decretos da gestão de Jair Bolsonaro (PL), exonerações de servidores públicos, diversas cerimônias de transmissão de cargo de ministros, reuniões bilaterias e uma queda de 3,06% do índice Ibovespa.
‘Revogaços’
A edição desta segunda-feira (2) “Diário Oficial da União” trouxe a revogação de diversas medidas implementadas no governo de Bolsonaro.
Entre elas:
dos processos de privatização de oito estatais, entre as quais Petrobras e Correios, iniciados durante o governo de Bolsonaro;
de uma série de normas que facilitavam e ampliavam o acesso da população a armas de fogo e munição;
na área da Educação, foi revogado um decreto que incentivou, em 2020, a criação de classes especializadas em escolas regulares e escolas próprias para pessoas com deficiência.
Exonerações
Nas edições regular e extra do “Diário Oficial da União” desta segunda também saíram centenas de exonerações e dispensas de servidores públicos federais. Ao todo, foram 952.
Transmissão de cargos
Ao longo do dia, ocorreram 20 cerimônias de transmissão de cargos de ministros (veja abaixo). Na terça, estão previstas mais oito solenidades.
Ministério da Fazenda (Fernando Haddad)
Comunicações (Juscelino Filho)
Educação (Camilo Santana)
Aeronáutica (Marcelo Kanitz Damasceno)
Casa Civil (Rui Costa)
Turismo (Daniela Carneiro)
Saúde (Nísia Trindade)
Justiça e Segurança Pública (Flávio Dino)
Relações Institucionais (Alexandre Padilha)
Agricultura (Carlos Fávaro)
Defesa (José Múcio Monteiro)
Gestão (Esther Dweck)
Ciência e Tecnologia (Luciana Santos)
Desenvolvimento Social (Wellington Dias)
Portos e Aeroportos (Márcio França)
Secretaria-Geral da Presidência (Márcio Macedo)
Minas e Energia (Alexandre Silveira)
Cultura (Margareth Menezes)
Relações Exteriores (Mauro Vieira)
Advocacia-Geral da União (Jorge Messias)
Presidente Lula e Ministro Wellington DIas durante cerimônia de posse dos novos Ministros de Estado, na cidade de Brasília, DF, neste domingo, 01.
Fátima Meira/Estadão Conteúdo
No domingo (1º), Lula deu posse à equipe ministerial, após receber a faixa presidencial e discursar à população no parlatório do Palácio do Planalto.
Reuniões bilaterais
Presidente da Argentina, Alberto Fernández, em reunião bilateral com Lula no Itamaraty
Ricardo Stuckert/Divulgação
O presidente Lula se reuniu com 15 chefes de Estado que participaram das cerimônias de posse. Presidentes da Argentina, Portgual e Bolívia foram algumas das autoridades recebidas.
As reuniões começaram às 9h30 na sede do Ministério das Relações Exteriores e se estenderam até as 17h30.
Rei Felipe VI da Espanha
Presidente da Bolívia, Luis Arce
Presidente da Argentina, Alberto Fernández
Presidente do Equador, Guillermo Lasso
Presidente do Chile, Gabriel Boric
Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro
Presidente de Honduras, Iris Xiomara Castro Sarmiento
Vice-presidente da China, Wang Qishan
Presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço
Primeiro-ministro da República do Mali, Choguel Kokalla Maiga
Presidente do Timor-Leste, José Ramos-Horta
Vice-presidente da República de Cuba, Salvador Antonio Valdés Mesa
Presidente do Conselho de Ministros do Peru, Luis Alberto Otárola Penaranda
Presidente da Assembleia Nacional da República Bolivariana da Venezuela, Jorge Rodrigues
Bolsa de valores
Investidores brasileiros reagiram às medidas econômicas do novo governo e, como consequência, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, fechou em forte queda nesta segunda, primeiro pregão do ano.
O Ibovespa encerrou o dia em queda de 3,06%, a 106.376 pontos.
As ações da ordinárias Petrobras tombaram 6,67%, enquanto as preferenciais caíram 6,45%. Já as ações do Banco do Brasil recuaram 4,23%.

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