Segundo a Forças Aérea ucraniana, na noite de 29 para 30 de dezembro, a Ucrânia foi atacada com 16 drones suicidas de fabricação iraniana. Como os drones se tornaram armas fundamentais na Guerra da Ucrânia
A Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (30) que repeliu um ataque noturno russo com drones iranianos, um dia depois de uma onda de bombardeios contra infraestruturas energéticas do país que deixou milhões de ucranianos sem eletricidade no auge do inverno.
“Na noite de 29 para 30 de dezembro, o inimigo atacou a Ucrânia com drones suicidas de fabricação iraniana”, informou a Força Aérea ucraniana em um comunicado publicado nas redes sociais.
No total, 16 drones foram lançados, e “todos” foram destruídos pela defesa aérea ucraniana, acrescenta a nota.
O ataque ocorreu horas depois de uma onda de bombardeios russos contra infraestruturas de energia ucranianas. A ofensiva deixou três mortos e causou apagões.
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Depois de uma série de derrotas militares nos últimos meses, o Kremlin mudou de tática e, desde outubro, tem como alvo transformadores e usinas de energia da Ucrânia.
Em Kiev, capital do país, as autoridades ativaram um alerta aéreo às 2h12 (21h12 de quinta-feira no horário de Brasília), que durou mais de duas horas.
O prefeito Vitali Klitschko informou que Kiev foi atacada por sete drones. Segundo ele, dois foram abatidos quando se aproximavam da cidade, e outros cinco, sobre a cidade.
Não houve vítimas, embora alguns fragmentos tenham danificado as janelas de dois prédios, acrescentou.
De acordo com a Presidência ucraniana, outros drones foram abatidos nas regiões de Tcherkassy, ao sul da capital, e em Dnipro, no centro do país.
Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que a guerra é “dura”, mas que está “convencido” de que a “agressão russa” fracassará.
Dez meses de guerra -Os ataques de quinta-feira deixaram quatro mortos e oito feridos, de acordo com o último balanço divulgado nesta sexta pela Presidência ucraniana, que acrescentou que 58 dos 70 mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia foram abatidos.
A Ucrânia continua a sofrer com os apagões. Milhões de pessoas sem geradores se preparam para comemorar o Ano Novo sem eletricidade, e algumas, sem água, ou aquecimento.
Segundo a empresa de eletricidade Ukrenergo, as “consequências dos danos no funcionamento da rede são menores do que o inimigo esperava (…) mas a situação no sul e no leste do país continua difícil”.
No terreno, os combates continuam após dez meses de um conflito que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.
A batalha é particularmente acirrada em Bakhmut, uma cidade no leste da Ucrânia que Moscou tenta conquistar há meses. O mesmo acontece em Kreminna, cerca de 75 km a nordeste, a qual as forças ucranianas estão tentando recuperar.
Moscou, que planejava tomar Kiev nos primeiros meses da invasão, viu-se forçada a recuar e teve de se retirar do norte, do nordeste e de uma parte do sul em novembro, diante de um Exército ucraniano aguerrido e apoiado por aliados ocidentais.
As perspectivas de paz são, neste momento, quase inexistentes.
A Ucrânia exige a retirada total do Exército russo, enquanto Moscou quer que Kiev entregue pelo menos as quatro regiões reivindicadas como suas pelo Kremlin desde o final de setembro, bem como a península da Crimeia, anexada em 2014.