“Estamos eliminando toda a nossa sociedade de combustíveis fósseis e intensivos em carbono – não podemos subestimar a escala desse desafio”, disse Gavin Harper, pesquisador da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, que estuda a reciclagem de baterias. “A demanda vai ser enorme.”
Leia mais sobre veículos elétricos
Mas, apesar de todo o otimismo, esse novo negócio enfrenta um desafio assustador: poucas baterias estarão disponíveis para reciclagem por uma década ou mais. A Tesla, que domina o negócio de veículos elétricos, começou a vender carros em 2008 e até 2017 vendia menos de 100.000 carros por ano. Existem outras fontes para reciclar hoje, incluindo híbridos e eletrônicos de consumo, mas o suprimento é limitado e a coleta pode ser um desafio.
Isso deixou as empresas de reciclagem em uma posição difícil. Eles precisam investir em fábricas, máquinas e trabalhadores ou correm o risco de perder terreno para os concorrentes. Mas se eles investirem rápido demais, podem ficar sem dinheiro antes que muitas baterias velhas cheguem às suas docas de carregamento.
“Há pessoas que estão gastando dinheiro porque não têm estoque de matéria-prima para fazer o material para vender”, disse Eric Frederickson, diretor administrativo de operações da Call2Recycle, um programa sem fins lucrativos que ajuda os recicladores a encontrar baterias velhas.
As empresas também precisam descobrir como encontrar, coletar e desmontar as baterias. Eles têm que trabalhar com muitos desmanteladores, ferros-velhos e grupos sem fins lucrativos. E como as baterias são propensas a incêndios e embaladas e construídas de forma diferente de modelo para modelo, desmontá-las pode ser complicado e perigoso.
Entre as empresas de reciclagem de baterias, destaca-se a Redwood. A empresa foi fundada por JB Straubel, ex-executivo da Tesla, e levantou mais de US$ 1 bilhão de investidores, disse. A Redwood se vê principalmente como produtora de materiais para baterias – feitos de metais recuperados ou extraídos – e estabeleceu parcerias de reciclagem com a Ford Motor, Toyota, Volkswagen e Volvo. A Redwood também recicla sucata de uma fábrica de baterias administrada pela Panasonic e pela Tesla, perto de Reno, Nevada.
Em um terreno plano e empoeirado perto dessa fábrica, Redwood está construindo um campus de 175 acres. Lá, a empresa recupera metal de baterias velhas e produz materiais para as novas. A Redwood anunciou na semana passada que gastaria pelo menos US$ 3,5 bilhões em outro campus na Carolina do Sul, em uma região do país que está rapidamente se tornando um centro de produção de baterias e veículos elétricos.
