'Tubarão, te amo': hit une filho do MC Créu, revival do Tchakabum e novos ídolos do funk Ryan e Daniel


Funk que estourou no TikTok foi criado por LK da Escócia, carioca de 22 anos que é filho do MC Créu. Ele usa trecho de “Onda onda”, de 2001, quando Gracyanne Barbosa dançava no Tchakabum. Acima, da esquerda: LK da Escócia, filho do MC Créu, que criou ‘Tubarão, te amo’; MCs Daniel e Ryan, o ‘falcão’ e o ‘tubarão’. Abaixo: MC Jhenny e o Tchakabum na época de ‘Onda onda’, com os irmãos Nem e Marcelo e a dançarina Gracyanne Barbosa
Divulgação
A história de “Tubarão, te amo” é tão complexa quanto a coreografia do hit. Antes de render 500 mil dancinhas no TikTok e 30 milhões de audições no Spotify e no YouTube, era só uma ideia na cabeça do LK da Escócia, filho do MC Créu, que emplacou a “Dança do créu” em 2007.
O início é a música “Tesouro do pirata (Onda onda)”, sucesso de 2001 do Tchakabum, grupo carioca que tocava axé e pagodão baiano, e revelou a dançarina Gracyanne Barbosa.
Em 2022, o verso “andou na prancha, cuidado tubarão vai te pegar” voltou à cabeça do DJ carioca LK da Escócia. Ele é conhecido no Rio e queria ser notado em SP.
LK resolveu produzir músicas para chamar atenção de dois novos ídolos do funk paulista: MC Ryan SP, que tem apelido de “Tubarão” e MC Daniel, chamado de “Falcão”.
Por isso, LK resgatou o trecho da música do Tchakabum sobre o “tubarão”. Também havia versos de LK e dos amigos cariocas Jhenny e RF.
“Tubarão, te amo” ainda incluiu um trecho curto (sample) da voz da MC Carol de Niterói.
A música estourou no TikTok, e chegou ao ouvido dos ídolos paulistas Ryan e Daniel. Os homenageados curtiram, resolveram entrar na música e gravaram vocais para uma nova versão.
Eles lançaram um clipe dessa versão final “Tubarão, te amo”, juntando os músicos do Rio e de São Paulo, que espalhou ainda mais o sucesso.
No fim das contas, são 8 vocalistas na faixa de dois minutos e meio: LK da Escócia, os amigos dele MC RF e MC Jhenny, os samples de MC Carol e dos dois irmãos do Tchakabum (Nem e Marcelo Menezes), e, por fim, dos dois homenageados que entraram na versão final, MC Ryan SP e MC Daniel.
Quem é LK da Escócia?
O podcast g1 ouviu já contou a história de Sérgio Lucas, o LK da Escócia, que também emplacou no início de 2022 o sucesso “Quebra de ladinho, faz o coraçãozinho”.
O pai de LK, o MC Créu, nunca teve um sucesso tão grande quanto o funk que rendeu seu nome artístico em 2007. Ele diz que se decepcionou com o mercado e foi “muito roubado e enganado”. Créu tentou evitar que o filho virasse músico, mas não conseguiu.
“Na época que a música explodiu, quando eu tinha 8, 9 anos, até as professoras da escola me chamavam de Créuzinho”, lembra LK.
“Eu ficava vendo ele produzir desde criança. Até na barriga da minha mãe ficava ouvindo. Se não fosse ele, não teria aprendido nada”, disse o filho.
Ele chegou a entrar na faculdade de Psicologia, seguindo a vontade do pai de não virar artista. Talvez como psicólogo entendesse melhor o desejo de contrariar e seguir o sonho do pai ao mesmo tempo. Mas ele não sabe explicar: só trancou o curso e foi ser DJ.
O adolescente já tinha achado sua turma no Baile da Escócia, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele tocava no baile como o LK da Escócia, e formou um trio de produtores com colegas de mesmo sobrenome artístico: Pedrinho da Escócia e Breno da Escócia.
A partir de 2021, o trio começou a emplacar músicas no TikTok. Depois de ver o pai fazer a “dança créu”, cantada em forma de tutorial em 5 velocidades, seus funks eram 100% adaptados para as dancinhas – vide o nome do maior sucesso anterior: “Balança o ombrinho, trava, para e joga o cabelo”.
Pai e filho: Sérgio Costa, 44 anos, o MC Créu. À direita, o filho dele, Sérgio Lucas, 21 anos, o DJ LK da Escócia
Reprodução / Instagram dos artistas
Como ele teve a ideia do “Tubarão, te amo”?
“Eu tive a ideia porque sempre o segui o Ryan e o Daniel, mas não conhecia pessoalmente. Aí eu vi vídeos deles ouvindo funks do Rio. Eu falei: “Pô eles curtem as músicas do Rio, vou fazer uma homenagem para eles.”
O carioca não economizou trabalho para impressionar os paulistas. “Eu não fiz só essa música. Eu fiz dez músicas para eles. Aí eu soltei na internet um set mixado com essas dez faixas. Foi essa que explodiu.”
“Eu peguei o trecho antigo que fala do ‘tubarão’ para combinar com o Ryan. E também para voltar ao tempo. Porque o público do TikTok gosta muito disso: começar com músicas antigas e depois virar com a atualidade”, ele explica.
Os vocais dessa primeira versão eram do próprio produtor, LK, e dos MCs RF e Jhenny (a cantora do hit “Vulgo Malvadão”).
“O Ryan gostou pra caramba, postava todo dia. O Daniel também. Tanto que ele me chamou para a casa dele. Foi quando a gente se conheceu. Conversamos muito, ele me elogiou. Eu fiquei nervoso, porque ele é um ídolo. O Ryan e o Daniel são uma inspiração no funk para mim”, diz LK.
Foi aí que os dois MCs paulistas resolveram adicionar os vocais deles à faixa e fazer o clipe juntando a turma.
Outro contato que a música proporcionou foi com os irmãos do Tchakabum. Marcelo e Nem Menezes pediram a parte dele dos direitos pelo uso de “Onda onda” em “Tubarão, te amo”.
Mas o acordo foi amigável. Aí ele teve outra sorte: o Tchakabum e o MC Créu já se conheciam da época do sucesso nos anos 2000. “Ficou tudo de boa, eles são amigos do meu pai”, comemora LK.
MC Ryan SP
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