1947: Paralisação ferroviária em Marselha interrompe o tráfego

MARSELHA, 20 de novembro – Uma paralisação geral dos ferroviários de Marselha esta tarde elevou o número de grevistas nesta cidade portuária para 100.000 e interrompeu todas as comunicações ferroviárias com outras cidades.

A greve foi declarada às 16h e deixou milhares de passageiros de e para a Riviera e Itália via Vintimille retidos. Apenas os trens suburbanos continuaram a circular, mas este serviço também estava programado para parar à meia-noite.

Os ferroviários, que decidiram pela greve por 6.150 votos a 950, exigem o pagamento imediato do salário mínimo de subsistência da CGT (Confederação Geral do Trabalho) e reajustes salariais recentemente concedidos aos trabalhadores da indústria privada.

O trabalho cessou hoje em várias minas no distrito carbonífero do departamento de Bouches-du-Rhône, enquanto os trabalhadores dos moinhos de farinha do departamento, que vieram sob uma ordem do governo requisitando os moinhos e o pessoal, se recusaram a obedecer à ordem.

Os carteiros iniciaram uma votação esta noite para decidir se deveriam entrar em greve ou não. Uma votação feita entre os professores da escola primária resultou em uma pequena maioria contra a greve. Os funcionários do escritório de remessa votarão amanhã em votação secreta para entrar em greve.

Enquanto isso, soldados e marinheiros continuaram a descarregar navios no porto. O cônsul americano aqui interveio com membros da tripulação do cargueiro americano Empire State para que permitissem que as tropas francesas cumprissem suas ordens. Quase 600 das 4.300 toneladas de farinha no Empire State foram descarregadas.

— The New York Herald, European Edition, 21 de novembro de 1947

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